99 anos da Morte de Padre Dehon
99 anos da Morte de Padre Dehon
Abertura – Rumo ao Centenário 2025
Nesta segunda, 12 de agosto de 2024, celebramos o falecimento de Padre Léon Dehon (1843 – 1925), Fundador da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos, e também damos início às celebrações para o ano do centenário de sua morte em 2025.
Por Ele vivo: É Cristo que vive em mim (Gl 2, 20)
Carta ao início do Centenário de morte de Padre Dehon e da preparação aos 150 anos de fundação da Congregação
Aos confrades SCJ
e a todos os membros da Família Dehoniana
“O Ano Jubilar é, ao longo dos anos, o que é o domingo na ordem da semana (…)”
É com alegria que nós, religiosos dehonianos e membros da família dehoniana, entraremos no Ano Jubilar 2025, anunciado pelo Santo Padre, como um ano de Graça e Esperança para toda a Igreja universal. Unindo-nos à Igreja para o Jubileu como “Peregrinos da esperança”, empreenderemos também a nossa peregrinação de ação de graças a Deus, pelo centenário do nascimento no céu (vere dies natalis) do nosso Fundador, Venerável Padre Léon João Dehon, e pelos 150 anos da fundação da nossa Congregação. De fato, o dia 12 de agosto de 2025 marcará exatamente o 100º aniversário da morte do Padre Dehon, e o 28 de junho de 2028, o 150º aniversário da fundação da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus.
Estes dois acontecimentos são de grande significado para todos nós, porque nos convidam a uma profunda renovação, tanto do ponto de vista da nossa identidade como pessoas consagradas quanto da nossa missão na Igreja e no mundo. Cada membro da Congregação e da Família Dehoniana é chamado a viver esses eventos com alegria e a obter deles o maior benefício espiritual e carismático.
Baseando-se na Palavra de Deus, cuja meditação ocupou um lugar especial na vida do Fundador, mas também nas Constituições, verdadeiro testemunho da herança carismática e espiritual que nos foi legado por Padre Dehon, nós escolhemos como tema, para nos acompanhar nestes anos de celebrações: “Por Ele vivo: É Cristo que vive em mim” (Gál 2, 20). Por um lado, estas palavras apresentam-se como fundamento da experiência de fé do Fundador (Cst. 2), e por outro, condessam a sua vida ao serviço do Reino do Coração de Jesus nas almas e nas sociedades. Trata-se, portanto, de uma imersão na experiência de fé do Padre Dehon através da meditação das Escrituras, mas também um retorno às nossas origens carismáticas e espirituais, através do estudo e meditação das nossas Constituições, particularmente do bloco que inspirou a comissão: “Com Cristo, ao serviço do Reino” (Cst. 9-39).
O percurso que empreenderemos, conforme apresentado no recente Capítulo Geral, será precedido por um ano preparatório, de 12 de agosto de 2024 a 12 de agosto de 2025, e três anos de celebração. Com a ajuda de Deus e a colaboração de todos, esperamos que este seja um período de profunda renovação espiritual e vocacional para cada religioso da Congregação e para cada membro da Família Dehoniana.
Durante esse percurso, quatro lugares históricos da Congregação terão relevância especial: Bruxelas/São Quintino (França), Quito (Equador), Kisangani/Wamba (R. D. Congo) e Yogyakarta (Indonésia). Com o símbolo da cruz representando a localização desses lugares, queremos abraçar o mundo, para reafirmá-lo na esperança que brota do lado aberto da cruz, a expressão inextinguível do amor de Cristo. Não serão lugares exclusivos de celebração, mas pontos emblemáticos, que nos servirão para recordar, aprofundar e celebrar aspectos essenciais do carisma que recebemos:
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Bruxelas/Saint Quentin, lugares da morte do fundador e do nascimento da Congregação, que representam o berço da nossa espiritualidade e do nosso compromisso social. A partir daqui, queremos renovar a nossa vocação dehoniana (Domine, quid me vis facere?) e redescobrir a nossa identidade espiritual, fundamento da «experiência de fé» (Cst. 9) à luz da experiência de fé do Fundador (Cst. 2-5).
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Em Quito, lugar da primeira missão da Congregação, que representa o nosso compromisso missionário e apostólico. A partir daqui, queremos reafirmar todos juntos este compromisso com a missão, cara ao nosso Fundador, de realizar o Reino de Deus (Adveniat Regnum Tuum), expressando e vivendo a dimensão missionária da nossa vocação de «testemunhas do primado do Reino» (Cst 10-15).
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Kisangani/Wamba, lugares do testemunho de fé de nossos mártires e dos irmãos cujo sangue e vida marcaram para sempre a terra africana e do significado da oblação vivida na Congregação (Ecce venio e Ecce ancilla). A partir daqui, queremos sublinhar nossa oblação reparadora, unindo-nos ao sacrifício de Cristo na cruz para a salvação do mundo; e, seguindo o exemplo de nossos mártires, nos renovaremos na dimensão profética de nossa vocação dehoniana, “unidos a Cristo em seu amor e oblação ao Pai” (Cst 16-25).
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Yogyakarta, lugar de nossa abertura para o mundo, em sua diversidade cultural e religiosa, com necessidade de abertura ao diálogo e à comunhão (Sint Unum) entre nós, entre os homens e mulheres de nosso tempo e no mundo em que vivemos. A partir daqui, queremos renovar nosso compromisso social “participando da missão da Igreja” (Cst 26-34) e estando “atentos aos apelos do mundo” (Cst 35-39), ou seja, atentos à promoção de uma nova unidade humana, feita de justiça e paz, preocupada com uma ecologia participativa e com a preservação de nossa casa comum, dando testemunho de que “a fraternidade pela qual as pessoas têm sede é possível em Jesus Cristo” (Cst 65).