CONGREGAÇÃO SCJ: 140 ANOS DE EXISTÊNCIA
Aquele 28 de junho era festa do Sagrado Coração! Sexta-feira, portanto. Estamos no Oratório do Institut Saint-Jean, em Saint-Quentin. O arcipreste da cidade preside a cerimônia. Presentes, estão duas das religiosas Servantes [Servas]. Além disso, como sinal de início de uma Congregação, há mais confrades em torno de um mesmo chamado: Vinchon e Heymès, Irmãos que, depois, porém, não perseverarão (NVH 12/161 e 13/55) além do P. Alphonse Rasset que naquele mesmo dia torna-se o primeiro postulante (cf. NQT 19/112).
Mas, antes de tudo, e sobretuto, um Desejo forte, vivo, total: “O momento providencial chegou para a realização da minha vocação” (NHV 12/126). O bispo de Soissons o havia nomeado vigário em Saint-Quentin: “J’avais pour ce genre de ministère la plus grande répugnance, mais je n’en fis rien voir” [“Eu tinha por esse tipo de ministério a maior repugnância, mas não fazia caso”] (idem). Não era suficiente, a vocação não estava completa: “Teria preferido o recolhimento, a obediência do claustro, a pobreza, o estudo” (idem).
Um perfil de vida que, desde o seminário, era “désir ardent” [desejo ardente], mas que sempre foi acompanhado por grande exitação “sur la Congrégation à choisir” [sobre a Congregação a escolher]: jesuíta, assuncionista… E aí está: ele decide o próprio modo de consagrar-se para dar plenitude ao que sente dentro de si. Naquele 28 de junho “entreguei-me sem reservas ao Sagrado Coração de Jesus… Senti que tomava a cruz sobre as minhas costas dando-me a Nosso Senhor como padre reparador e como fundador de um novo Instituto” (NHV 13/76).
Junto aos três votos, um quarto voto decisivo, expressivo, indicativo: “le voeu privé de victime [o voto particular de vítima]” (idem). Não será algo anedótico ou superficial, mas cheio de consequências que Padre Dehon chama de “manifestations divines” [manifestações divinas], em NQT 44/179: perda da saúde, ruína por conta das dificuldades financeiras, as angústias da alma com o Kulturkampf [“Kulturkampf” é um termo alemão que se refere às lutas de poder entre Estados/Nação democráticos constitucionais emergentes e a Igreja Católica Romana sobre o lugar e o papel da religião na política e na sociedade] de 1880, o inquérito do Santo Ofício e o Consummatum est, a perda da honra (com a tentativa jornalística de fazer um caso com a morte de várias jovens das Irmãs Servas), a perda dos pais.
Mas, junto às cruzes, eis as alegrias: o crescimento da comunidade, a constatação de que esse projeto de seguimento, relação e serviço a Cristo serviu e serve a mais de 6.000 cristãos ao longo desses 140 anos. Até quando? Deus o sabe! Nós sabemos que “esta data do 28 de junho de 1878 será sem dúvida considerada na Obra como a data da fundação” (NHV 13/76). Ad multos annos!
P. Juanjo Arnaiz Ecker SCJ, Centro Studi Dehoniani (http://www. dehon.it/it/index.php?option=com_k2&view=item&id=2371:il-28-di-giugno-nascono-dehoniani&Itemid=77). Tradução de E&L.