NOSSA PROVÍNCIA, NOSSA HISTÓRIA
Percebemos melhor os desígnios da Providência a respeito de uma pessoa ou de uma obra à medida que, com o passar do tempo, vemos os seus frutos.
Hoje nossa Província tem inúmeras casas sob sua responsabilidade, é expressivo o número de seus membros e o futuro é por nós encarado com seriedade, sim, mas com esperança e confiança.
No entanto, os inícios foram simples, difíceis, marcados mesmo pelo sacrifício. Disso temos aqui dois testemunhos: o primeiro de nosso próprio Fundador, Padre Dehon. Esteve no Brasil pouco depois da vinda dos primeiros padres SCJ ao sul. Teve o cuidado de nos deixar suas impressões onde são frequentes as exclamações de otimismo.
Depois, um dos que pertence à primeira geração de estudantes – Dom Honorato Piazera, hoje bispo de Lages -, apresenta-nos a simplicidade daqueles meses de 1924 em Brusque: começava ali uma experiência humanamente impensável somente a confiança no Coração de Jesus era capaz de leva-la adiante.
Há muito que se escrever, ainda, a respeito da história de nossa Província. Desejamos que a publicação destes dois textos anime outros a nos apresentar a rica contribuição que nos devem a esse respeito.
Viagem do P. Dehon ao Brasil – 1906
{A tradução do texto (ou parte do texto) Mille Lieues dans l’Amerique du Sud, que foi publicado na circular n.119 de janeiro de 1981 foi feita pelo P. Irineu Bertoldo Decker SCJ}.
No seu livro Mille Lieues dans l’Amerique du Sud, Padre Dehon conta sua visita ao Brasil, sobretudo às casas e membros de sua Congregação, em 1906. Esteve no Nordeste, de 14 de setembro a 11 de outubro. Vindo para o Sul chegou ao Rio de Janeiro no dia 16 de outubro, onde P. Gabriel Lux o esperava. O encontro deu-se a bordo do navio Amazonas. Hospedou-se no Mosteiro de São Bento. Dia 18 seguiu viagem para São Paulo, de trem, onde também recebeu acolhida no Mosteiro de São Bento. Dia 20 partiu, de trem, para Santos onde, dia 23, toma o navio rumo a São Francisco do Sul.
P. Dehon, nos capítulos 24 e seguintes, assim descreve sua visita a Santa Catarina:
“Dia 25/10: à noite chegamos a São Francisco. A cidade fica numa ilha separada da costa por um simples canal. Bela enseada, porto do futuro. Ali está começando uma estrada de ferro que irá até São Bento, e de lá até Curitiba e o interior. Foi traçada e iniciada até São Bento, e, segundo se diz, estará pronta dentro de 2 anos. Passa da ilha ao continente por uma ponte até Paraty. São Francisco é uma bela aldeia, situada na costa. Campanário azul. Ruínas de um colégio inacabo (sic) em cima da colina. Toque das Ave-Marias. Visita ao cura Nóbrega; nome sugestivo: o de um dos primeiros apóstolos do Brasil…
Ele nos oferece o chá. Dormimos no hotel. Nossa hoteleira também tem nome ilustre: viúva Suarez. Missa dia 26. A igreja é grande. Possui diversas Irmandades. Velhas pratarias do século XVIII.
Circular SCJ, Província Brasileira Meridional n.119/ janeiro de 1981.