MEMÓRIAS DE NOSSA HISTÓRIA
Conventinho de Taubaté. Os Dehonianos no Vale do Paraíba
5.2.8. As primeiras atividades apostólicas
Durante os primeiros anos dos nossos padres em Taubaté, além do magistério no seminário diocesano (1920-1924) e na “Chácara dos Padres”, eles estiveram sempre disponíveis para novos empreendimentos e apelos pastorais. Não só para a Igreja local, mas também para novas frentes apostólicas em outras regiões. É de Taubaté que partiu um pequeno grupo de corajosos mensageiros do amor do Coração de Jesus para as primeiras paróquias nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Primeiramente, a grande figura do padre Guilherme Thoneick. Este homem primou em Taubaté como grande formador de sacerdotes. Era um verdadeiro homem de Deus. Dotado de profunda formação científica primava também pela austeridade de sua vida religiosa. Ele tinha sobre si a grande responsabilidade da direção do Seminário Menor e do Seminário Maior, além da direção do Ginásio Diocesano. Era o padre reitor do Seminário de Taubaté.
Para nós dehonianos, padre Guilherme com os irmãos João Koitek e Luís
Cronenbroeck é o fundador do Convento Sagrado Coração de Jesus em Taubaté. Em 1923 dirigiu a construção do “sobrado dos padres”, casa religiosa e primeiro Escolasticado da Missão Dehoniana e, mais tarde (1934), sede da Província Brasileira Meridional. Foi também o seu primeiro reitor. Sem dúvida, foi esse o grande ministério pastoral ou apostolado do padre Guilherme para a Igreja de Taubaté e para a futura província.
Dentre os professores dehonianos no seminário da diocese, padre Pedro Hauer {cf. Busarello, op. cit., p. 64}, logo em 1921, foi designado para ajudar o padre Pedro Storms, na cidade de Rio de Janeiro, em São Benedito dos Pilares, onde residiam, bem como em Inhaúma, paróquia distante, onde iam exercer o ministério pastoral. Diante das grandes dificuldades, não puderam ficar no Rio de Janeiro. A intenção era de estabelecer uma residência para a Congregação na capital federal que pudesse facilitar para os padres tanto para os empreendimentos relativos à fundação da missão dehoniana, quanto às viagens para o exterior.
Deixando para outra oportunidade o projeto de radicar-se na Cidade Maravilhosa, o Coração de Jesus chamou os nossos padres para as paróquias Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Remédios no município de Cunha e subdistrito Campos Novos de Cunha, interior de São Paulo. Estas paróquias, fazia pouco, tinham sido assumidas pela diocese de Taubaté. Padre Pedro Storms foi pároco nessas paróquias, de 20 de março de 1922 a 15 de dezembro de 1925 e, auxiliado pelo padre Geraldo Claassen, de julho de 1924 até março de 1925. A partir desta última data, o jovem padre Claassen passou a exercer a função de pároco, onde chegou a desenvolver um profícuo apostolado entre gente humilde da roça até 1a de maio de 1927, quando essas paróquias foram entregues à diocese {cf. Ibidem. João J. de Oliveira Veloso, Saudamos a Padroeira de Cunha no seu ano jubilar, 1731 – 1981, p. 19}.
Durante seu mandato de superior regional (1920-1925), padre Guilherme Thoneick, na época também reitor do seminário diocesano, assumiu, em nome da missão, a paróquia de São Vicente Ferrer, de Formiga (MG). Esta foi assumida a 26.11.1922, tendo como primeiro pároco padre José Foxius que residia em Varginha (MG). É para essa paróquia que, em dezembro de 1922, após dois anos de magistério no Seminário de Taubaté, padre Vicente Schauffhausen foi transferido como vigário paroquial e onde permaneceu até outubro de 1932 {cf. Busarello, op. cit., p. 64}.
Em julho de 1924, padre Inácio Burrichter foi transferido de Taubaté para Brusque, onde veio exercer o encargo de orientador de estudos {cf. Koch, op. cit., p. 52}. Neste mesmo ano, em agosto, padre Fernando Baumhoff foi ajudar o pároco da paróquia de São João da Boa Vista (SP). A 10 de dezembro de 1924 assumiu como pároco da paróquia de Sant’Ana, de Lavras (MG) sendo que, a partir dessa data a referida paróquia foi confiada à Congregação por dom João de Almeida Ferrão, bispo de Campanha {cf. Busarello, op. cit., p. 64}.
Depois de alguns meses, como vigário paroquial de Formiga, padre Pedro Storms, que deixara as paróquias de Cunha (em 1925), foi nomeado primeiro pároco da paróquia de Varginha, no Sul de Minas, assumida pelos padres scj a 13 de maio de 1926. Permaneceu nessa função até 1928 {cf. Ib., p. 137. Aos 25.1.1928, Padre Storms é nomeado superior regional e passa a residir no Conventinho}.
Os nossos padres por diversos anos dirigiram o Seminário de Nossa Senhora das Dores de Campanha. Aí exerceram a reitoria, os padres Clemente Britzen (1929), Lourenço Foxius (1930) e Inácio Burrichter (1931-1934), quando foi devolvida a direção do seminário ao clero daquela diocese {cf. Busarello, op. cit., p. 68}.
Pe. José Francisco Schmitt, scj.