MEMÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA
Conventinho de Taubaté. Os Dehonianos no Vale do Paraíba
5.4.6. A gruta
É interessante a história da origem da primeira gruta do Conventinho. O protagonista da ideia e da construção dessa gruta é padre Geraldo Dantas. A história começa pelos meados de 1955. O então frater Geraldo Dantas, como sacristão, encontrou uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes escondida no armário da sacristia. As más línguas diziam que ela pertencia ao padre Francisco Kunitz. E sendo dele, ninguém podia mexer. Foi então que o frater Dantas tomou coragem e iniciativa para falar com o padre Kunitz sobre a possibilidade de construir uma gruta. Este descarta a ideia, alegando que levantaria um monumento em honra de Nossa Senhora. No fim do ano o padre Kunitz foi transferido para Rio de Janeiro.
Para não delongar a história, nas férias do fim do ano de 1956, frater Dantas foi trabalhar no Orfanato São Judas Tadeu, em São Paulo. Padre Gregório com seu tino político de pedir as coisas, dirigiu-se ao frater com estas tentadoras palavras: “Geraldinho, você é jeitoso! Quem sabe se você não poderia construir a gruta do orfanato?” – “Sim, é claro, o sr. dando o pedreiro e o material, aqui está o engenheiro”! – respondera o devoto frater. “E mais, – continuou o novo engenheiro – padre Gregório, se sobrar algum material, posso levar para realizar o meu ‘sonho’ em Taubaté!” A resposta foi positiva!
Em quinze dias a gruta do Orfanato estava construída. Findas as férias, frater Dantas voltou para Taubaté. Missão cumprida e mais o material prometido! O “sonho” do frater começava a ser realizado. O local escolhido para a gruta foi debaixo das grandes mangueiras que existiam ao lado do velho Convento, atrás do “picadeiro”. É claro que os fratres mais céticos não o pouparam. Outros, mais gentis, foram sinceros: “Ele fez a gruta do padre Gregório!”
E assim, aos 11 de fevereiro de 1957, exatamente na festa de Nossa Senhora de Lourdes, padre Roque José Schmitt com toda a comunidade scj e parte do povo da Vila São Geraldo, levava a imagem de Nossa Senhora em procissão para o seu lugar especial, onde por muitos anos teve a veneração dos fratres e do povo da Vila. A gruta foi demolida em 1980, por causa da construção da última ala do novo convento {cf. Carta de padre Geraldo Dantas (São Luís, MA, aos 23.6.1993)}.
5.4.7. O salão comunitário
Até por volta de 1959, a comunidade do Conventinho não tinha um espaço físico próprio para acolher os movimentos, as associações religiosas, a pastoral da catequese, local para entretimento, para lazer, para promoções ou para festas.
Para a pastoral da catequese, o então reitor padre Valério (1959-1964) encarregara os fratres Rafael Belo Pereira e Cornélio R. Koroswsky. Havia grande número de crianças em preparação à primeira Eucaristia. As crianças já admitidas à vida eucarística formavam o grupo da Cruzada Eucarística. Mas faltava o espaço físico para acolher toda essa gente.
Ao lado direito do pátio da capela havia um terreno quase baldio, com algumas velhas árvores de abacate e alguns pés de cana. Esse terreno foi escolhido para construir o salão comunitário. Para esse empreendimento, a partir de 1960, foram promovidas algumas campanhas, como rifas, quermesses e festas. Os próprios fratres acima mencionados elaboraram a planta de um salão comunitário.
O pedreiro sr. Sebastião Ferreira acompanhado de um servente foi aos poucos levantando a almejada obra, concluída em 1962. Tinha bom espaço interno com pequeno palco para apresentações de teatro. Aí era ministrada a formação religiosa para o povo em geral, através de encontros de catequese para as crianças, para a Cruzada Eucarística e para a Congregação Mariana. Mais tarde, foi nesse recinto que se começaram a ministrar os primeiros cursos de noivos em nível de diocese.
Durante muitos anos, este centro comunitário serviu para promover todos os tipos de atividades pastorais, bem como as quermesses, as festas juninas e até mesmo atividades artístico-culturais. Era um verdadeiro lugar de encontro de pessoas de Igreja {cf. Carta de padre Cornélio Korovsky (Varginha, aos 24.6.1993)}.
Pe. José Francisco Schmitt, scj.