MEMÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA
Conventinho de Taubaté. Os Dehonianos no Vale do Paraíba
11.10. Revista “IRaoPovo”
Padre Dehon acreditava que a imprensa era um dos meios mais eficazes para apressar a chegada do Reino do Coração de Jesus na sociedade.
Essa convicção passou a ser realidade ao fundar a revista O Reino do Coração de Jesus, nas almas e na sociedade (25 de janeiro de 1889). Mais tarde, em junho de 1895, voltou a insistir sobre a importância da imprensa, conclamando os católicos a investirem nesse meio de comunicação. Escreveu ele: “Coloquemos a imprensa como prioridade de nossos meios de ação. Todas as obras irão para frente quando tivermos a imprensa. Sem esta, todas as obras perecerão. (…) Mãos à obra. Temos na boa imprensa um dos meios mais eficazes para restau-rar o reino de Deus nas almas e na sociedade” {Dehon, L., Oeuvres Sociales, ED, Napoli, Vol. I, pp. 170 e 175}.
A nossa província, no passado, colocou em prática o sonho do Padre Fundador. O primeiro passo foi dado pelos nossos padres em terras catarinenses, em Brusque (24.3.1929). Por iniciativa do padre Germano Brand, foi fundada a Tipografia Leão Dehon. Aí nasceu a revista Wegweiser (1.10.1929), em idioma alemão, para as colônias germânicas situadas nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Teve excelente aceitação, atingindo uma tiragem de 8.000 exemplares.
Dez anos depois, em 1938, padre Lacroix fundava a Editora Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté. Pela difusão de seus livros tornou conhecido o nome da Congregação e da cidade de Taubaté em quase todo o Brasil. A editora esteve em funcionamento até 1957.
Ainda na trilha do apostolado da Boa Imprensa, em outubro de 1946, na cidade de Rio de Janeiro (RJ), sob o apoio do então provincial padre José Poggel, foi criada a revista Reparação. Esta revista foi dirigida pelo padre Arno Afonso Maria de Miranda e editada por 22 anos ininterruptos. Por muito tempo foi órgão de apostolado da reparação (Adveniat Regnum Tuum).
Todas essas iniciativas no campo da Comunicação estiveram a serviço da missão de evangelização. Elas cumpriram, em seu tempo, importante missão.
Os dois últimos superiores gerais, em suas visitas canônicas à casa de Taubaté (1988 e 1994), insistiram junto à equipe de professores sobre a necessidade de criar algo no campo da comunicação que pudesse colaborar com a Igreja no Brasil na área da ciência teológica e pastoral.
Esse desafio lançado pelos superiores gerais, a partir de 1994 passou a ser objeto de estudos. Uma comissão de estudos, presidida pelos padres Sergio Francisco Valle e José Fernandes de Oliveira, que com o material de pesquisa e de sugestões, foi elaborando um anteprojeto. Após trocas de idéias e sugestões, foi feito projeto final, definindo o perfil e o público alvo da revista, bem como a criação do CED (Centro Editorial Dehoniano).
Esta revista Dehoniana quer estar voltada para a Igreja no Brasil e no mundo. Quer dialogar com o povo, com os jovens, com os adolescentes, com a família, enfim, com a sociedade. Propõe-se estar presente com temas que dizem respeito às necessidades do homem e da mulher de hoje: Espiritualidade, Bíblia, Liturgia, Pastoral, Ensino Social da Igreja, Direito Canônico, Moral, Política, Missões, Vocações, Educação, Coração de Jesus, notícias e eventos de atualidade. Portanto, uma revista que quer fazer jus ao título: IRaoPOVO. Pretende ser um esforço de corresponder ao carisma e à inspiração jornalística de nosso Fundador, Padre Dehon.
Quanto ao local, ficou decidido que o CED seria instalado, provisoriamente, em Taubaté, numa ala nas dependências do Conventinho. O trabalho de encaminhamento para a realização dessa obra foi feito durante o ano de 1995.
A direção e a equipe editorial e técnica da revista ficou constituída assim: Diretor, Sergio Francisco Valle; Jornalistas responsáveis, Augusto César Pereira e Rosane Almada; Redator Chefe, José Fernandes de Oliveira; Colaboradores, confrades e pessoas entrevistadas; Editoração Eletrônica, José Henrique Monteiro Salgado; Serviço de Assinantes, Rosana Barbosa de Souza; Fotolitos e Impressão, JAC Editora. O estudo inicial e a definição da diagramação ficou ao encargo de André Guisard e Guili Pena. O arquivo fotográfico foi organizado, em sua primeira etapa, por Vera Cruz. Posteriormente foi sistematizado e devidamente catalogado por Gabriela Pires de Moraes.
A tão esperada revista dehoniana IRaoPOVO foi oficialmente fundada no dia 10.1.1996 e o seu primeiro número publicado em fevereiro. Sua publicação é mensal.
No dia 30 de outubro de 1996 IRaoPOVO entrou na “internet” e no dia 5 de novembro do mesmo ano estava com a home page na rede mundial da informática.
Atualmente a revista faz-se presente em todos os Estados do Brasil e no mundo inteiro pela “internet” {cf. Padre Sergio F. Valle, “Histórico da Revista IRaoPOVO” (1995); Circular SCJ (nov. dez. 1994, pp. 302-305}.
José Francisco Schmitt SCJ.