FILIPINAS: “DOM PARA DOAR”
500 anos de cristianismo nas Filipinas
Os cristãos nas Filipinas celebram os 500 anos de evangelização.
Durante três dias, Padre Dehon também esteve lá. Hoje, os dehonianos estão engajados em muitos trabalhos pastorais e missionários.
Há 500 anos o explorador português Fernão de Magalhães chegou a um arquipélago que, mais tarde, foi chamado Filipinas. Ele estava liderando a expedição espanhola “East Indies” (1519-1522) com a intenção de circum-navegar o globo. Em 16 de março de 1521, sua expedição chegou a estas ilhas recém-descobertas e, em 31 de março de 1521 foi celebrada a primeira missa na Ilha de Limasawa, na futura província de Southern Leyte. Logo em seguida, batizaram 800 nativos, caracterizando a primeira comunidade católica.
A Igreja nas Filipinas
Com o passar do tempo, a Igreja nas Filipinas foi crescendo junto com seu povo. Atualmente, há 80 milhões de católicos (79% da população) organizados em 16 Arquidioceses, 72 Dioceses, 7 Vicariatos Apostólicos e 1 Militar Ordinário que se organizam em 3.393 paróquias.
Para celebrar estes 500 anos de cristianismo nas Filipinas, a Igreja Católica escolheu o tema “dom para doar”. Esta expressão serve como uma recordação de como corajosamente abraçamos a fé católica que nos foi doada. Recebemos este dom para nutrí-lo e para compartilhá-lo com outros no anúncio da Boa Nova. O arcebispo Romulo Valles, presidente da Conferência Episcopal, lembrou que a fé é um dom de Deus, dá sentido à existência e há uma vida cheia de alegria em crer do Senhor.
“Fomos enriquecidos pela fé e repartimos este dom com os outros”. Partilhamos não somente a fé, mas também os recursos materiais, acrescentou o arcebispo Valles. Neste período de pandemia, ocorreram também calamidades naturais (2020) como tufões, erupção vulcânica e terremoto, o que levou a Igreja a mobilizar seus paroquianos para ajudar com comida e abrigo.
Além disso, no ano jubilar (04 de abril de 2021 a 22 de abril de 2022), cada diocese abriu suas Portas Santas nas catedrais e igrejas especialmente designadas, de modo que todas as pessoas pudessem participar das peregrinações. Finalmente, as dioceses, pastorais e movimentos estão organizando programas de evangelização, catequeses e momentos oportunos para compartilhar a fé com outros.
Unidos aos católicos das Filipinas, o Papa Francisco celebrou uma missa de abertura para este Ano Jubilar na Basílica de São Pedro, em 31 de março de 2021. Em sua homilia, lembrou que o filipino “contrabandeia” sua fé para onde quer que vá e os exortou a continuar difundindo a alegria do Evangelho. Além disso, o Cardeal Tagle, numa mensagem de agradecimento ao Papa no final da missa, lembrou que há 10 milhões de filipinos espalhados por 100 países e os convidou a serem missionários de Jesus. “Pelo misterioso desígnio de Deus, o dom da fé que recebemos está sendo agora compartilhado por milhões de imigrantes filipinos cristãos em diferentes partes do mundo”, disse o Cardeal Tagle. É evidente que os filipinos são mais do que migrantes em outros lugares: para onde quer que vão, eles carregam consigo sua fé.
A presença dehoniana
Finalmente, a participação SCJ na Igreja filipina é apenas “uma gota no balde das necessidades”. Como um missionário SCJ do primeiro grupo, Pe. Francis Pupkowski, nos lembrou que esta primeira “gota” aconteceu 32 anos atrás (talvez uma presença implicitamente desejada por Pe. Dehon que navegou por 3 dias da China (dezembro de 1910), para ficar 3 dias nas Filipinas e depois retornar à China, como indicou Pe. P. J. McGuire, SCJ) e hoje está espalhada por 8 paróquias, 2 apostolados sociais (um trabalho no cuidado de meninas sexualmente abusadas chamado “Fundação Kasanag” e o outro que gera oportunidades e condições para estudantes indígenas, “Higaonon Scholars”), 25 padres filipinos e 1 diácono (um é missionário na Finlândia e outro na Colômbia), 10 missionários estrangeiros, 2 noviços, 28 escolásticos (20 vietnamitas e 8 filipinos), 14 aspirantes e 8 propedêuticos.
Resumindo, “dom para doar”, tema deste Ano Jubilar, é uma ação de graças do povo filipino por inúmeras bênçãos recebidas de Deus que eles alegremente compartilharam e compartilham por todo o país e pelo mundo ao longo destes 500 anos.
Pe. Sergio Matumoto SCJ (https://www.dehoniani.org/)