BISPOS DEHONIANOS, MENSAGEM AOS CONFRADES DA CONGREGAÇÃO
Caros Confrades!
Nós, bispos SCJ (dehonianos), convidados pelo Governo Geral da Congregação, estivemos reunidos em Roma, de 18 a 23 de janeiro de 2018, para refletir sobre o tema: “Os desafios da evangelização, do Vaticano II a Evangelii Gaudium e Laudato Si’ ”.
Foi alegria muito grande encontrar-nos com os confrades bispos, provenientes de diversas partes do mundo, uma vez que em nossas dioceses servimos a Igreja à luz do carisma dehoniano. A maioria de nós participou do encontro realizado em 2013, também em Roma. Ver rosto dos confrades, conhever os seus novos e não pequenos desafios, ouvi-los falar das esperanças que os animam, fez-no compreender melhor as palavras do salmista: “Como é bonito e agradável que os irmãos vivam juntos” (Salmo 132 – 133,1).
Sentimo-nos muito unidos aos nossos confrades bispos SCJ que, por razões de saúde, não puderam vir ao encontro. Temo-los bem presentes em nossa oração.
Foi muito lindo viver esses dias em nossa casa geral, na companhia dos membros do Governo Geral e dos confrades que vivem na sede da Congregação, seja por algum encargo a serviço do Instituto, seja como estudantes. Com muita simplicidade e franqueza podemos afirmar: entre eles sentimo-nos em casa.
Antes de tudo, rendemos louvor a Deus pelo dom da Congregação que o seu Espírito fez surgir mediante o carisma e a obra de Padre Leão João Dehon. Somos bem conscientes e agradecidos pelos frutos que deram à Igreja e que continuam a suscitar, no coração de homens e mulheres, irmãos consagrados, padres e bispos, que se deixam atrair pelo Coração de Cristo e de fazem disponíveis ao serviço do seu Reino.
Enquanto bispos, estamos bem conscientes que o caminho feito na Congregação nos ajudou a ser disponíveis para servir a Igreja e o mundo, no ministério que nos foi confiado, com especial atenção aos pobres e excluídos, como expressão do Coração de Jesus, ferido de amor pela humanidade enfraquecida, pecadora e ferida, onde brota e se desenvolve o projeto de Deus.
Iniciamos nosso encontro ouvindo oportunas reflexões do superior geral, P. Heiner Wilmer SCJ, que nos apresentou “Os desafios da evangelização, numa época em mudança. Contribuições da espiritualidade dehoniana”. Em seguida partilhamos as nossas experiências, particularmente no que tange ao cuidado da criação em nossa pastoral, os desafios pastorais no mundo do trabalho, a relação da Igreja com o Islamismo, a espiritualidade missionária, a evangelização dos jovens, confissão da fé e compromisso social, o desafio das migrações, o ecumenoismo e o diálogo interreligioso, etc. Além disso escutamos as apresentações dos teólogos – A evangelização à luz do Vaticano II, com a doutora Serena Noceti; – A eclesiologia num mundo pluralista, contribuição do carisma dehoniano, com P. Joseph Famerée SCJ. Eles nos abriram amplos horizontes.
Momentos inesquec[iveis foram aqueles de oração. Para a maioria de nós, que vivee sem ter confrades ao lado, foi consolador celebrar com eles a liturgia das horas, participar da adoração eucarística e, particularmente, encontrar-nos em torno do altar eucarístico. Como não recordar a visita feita ao santuário de Loreto, lugar que o Padre Fundador visitou três vezes? Loreto deixou marcas profundas e determinantes em seu coração, das quais fomos beneficiados. A celebração eucarística na Santa Casa foi o ponto alto do nosso encontro. De lá partimos com a renovada convicção que Maria de Nazaré, como Mãe e Mestra, continuará a acompanhar com afeto materno o nosso ministério episcopal.
Tivemos a alegria de participar da celebração dominical na Paróquia da Ascensão, no Quaticciolo, em Roma. O acolhimento dos confrades e a alegria dos paroquianos fez-nos recordar as inumeráveis paróquias assistidas pela nossa Congregação, algmas das quais, em tempos passados, foram confiadas à nossa responsabilidade.
Não é possível transmitir, em poucas palavras, o que foi este encontro. Mas saibam que sentimos com intensidade quanto o carisma dehoniano está vivo em nós, quanta gratidão temos no coração pelo Padre Dehon, como sentimos nossa a sua Congregação e quanto é maravilhoso reencontrar os confrades.
Não pudemos manifestar pessoalmente a nossa unidade com Papa Francisco, bispo de Roma, que nos preside na caridade, porque se encontrava na viagem apostólica no Chile e no Peru. Em nossas orações e reflexões esteve sempre presente. Sentimo-nos profundamente unidos ao seu ministério, aos seus gestos e palavras, onde vemos presente o sopro do Espírito de Deus que conduz a Igreja. Na comunhão apostólica com ele, sentimos presente, como pastores e dehonianos, o impulso a sair das sacristias para estar ativamente presentes no mundo que exige a iluminação da fé, a misericórdia no sentir, a oblação no agir.
Resumindo, este encontro foi para nós m momento de graça que reavivou:
- A nossa comunhão fraterna e a nossa dedicação ao ministério episcopal;
- A nossa comunhão com toda a Congregação e o senso de pertença a ela, felizes por ser filhos de Padre Dehon;
- O nosso amor e sentir com a Igreja;
- A nossa compaixão dehoniana pelo mundo, lendo os sinais dos tempos e procurando as sementes do Reino nas suas atuais expressões culturais;
- O nosso esforço de evangelizar em acordo e sintonia com a proposta que Papa Francisco faz a toda a Igreja.
Ao superior geral da Congregação, aos conselheiros e à comunidade de Roma, a nossa gratidão pelo convite que nos fizeram de participar deste encontro e pela acolhida feita. O Senhor os ilumine a fim de que possam levar adiante, com renovada dedicação, a missão assumida. Aos confrades de cada país e continente, a nossa comunhão. O Coração de Jesus, tesouro maravilhos que Padre Dehon nos deixou, nos sustente sempre.
A todos a nossa bênção!
Aloysius Sudarso (Arcebispo de Palembang, Indonésia);
Claudio Dalla Zuanna (Arcebispo de Beira, Moçambique);
Murilo Sebastião Ramos Krieger (Arcebispo de S. Salvador da Bahia, Brasil);
Tomé Makhweliha (Arcebispo Emérito de Nampula, Moçambique);
Wilson Tadeu Jönck (Arcebispo de Florianópolis, Brasil);
Adam Leszek Musiałek (Bispo de De Aar, África do Sul);
André Vital Félix da Silva (Bispo de Limoeiro do Norte, Brasil);
António de Sousa Braga (Bispo Emérito de Angra, Portugal);
Antônio Wagner da Silva (Bispo de Guarapuava, Brasil);
Carmo João Rhoden (Bispo Emérito de Taubaté, Brasil);
Elio Giovanni Greselin (Bispo Emérito de Lichinga, Moçambique);
Gaetano di Pierro ( Moramanga, Madagascar);
José Alfredo Caires de Nóbrega (Bispo de Mananjary, Madagascar);
José Ornelas Carvalho (Bispo de Setúbal, Portugal);
Józef Wróbel ( Lublin, Polonia);
Manuel Neto Quintas (Bispo Auxiliar de Faro, Portugal);
Teemu Jyrki Juhani Sippo (Bispo de Helsinki, Finlândia);
Vilsom Basso (Bispo de Imperatriz, Brasil);
Virginio Domingo Bressanelli (Bispo Emérito de Neuquén, Argentina);
Vital Chitolina (Bispo de Diamantino, Brasil);
Zolile Peter Mpambani (Bispo de Kokstad, África do Sul).
Roma, 23 de janeiro de 2018.
Do Site da Congregação
http://www.dehon.it/it/index.php?option=com_k2&view=item&id=2240:riconoscenza-per-lincontro&Itemid=77