Congresso Eucarístico Nacional 2016
Eucaristia e partilha na Amazônia Missionária Eles o reconheceram no partir do Pão No final desse artigo há uma proposta de adoração eucarística para sua comunidade P. Lotívio Antonio Finger,scj
A Igreja no Brasil celebra, no período de 15 a 21 de agosto do presente ano, o seu XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN2016) em Belém/PA, por ocasião do quarto centenário da cidade e do início de evangelização na Amazônia. O CEN2016 tem como tema: Eucaristia e partilha na Amazônia missionária e, como lema: Eles o reconheceram no partir do pão. Celebrado localmente, é significativo para todas as dioceses, paróquias, comunidades do país; ministérios, pastorais, movimentos, serviços na Igreja; celebrações, culto eucarístico e catequese nas comunidades católicas. Momento oportuno de crescimento espiritual, de estreitar a união com o dom por nós dado, de estudos sobre seu significado, de adoração ao sacramento, de confirmação e proclamação da fé no máximo dom do Senhor nas sendas traçadas no texto-base. O texto-base de princípios teológico-pastorais faz uma “peregrinação” por lugares eucarísticos: Jerusalém: O mistério da Eucaristia: fundamentação teológica; Emaús: “Eles o reconheceram no partir do pão” (lema do Congresso): fundamentação bíblica; Belém, casa do pão: Eucaristia, fonte de comunhão e partilha na Amazônia missionária (tema do Congresso); Nazaré: Ele vai à frente, na Galileia: desdobramentos pastorais. O roteiro nos remete a espaços de acontecimentos eucarísticos, de teofania do dom da eucaristia. Na eucaristia, o centro da vida cristã, queremos renovar nossa profissão de fé e buscar consequências práticas para a celebração dos santos mistérios e do culto eucarístico, para adorar o Senhor em espírito e verdade (cfr. Jo 4,24). 2. Eucaristia preparada e anunciada |
A palavra Eucaristia provém das palavras gregas eu-cháris: ação de graças, designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as espécies do pão e vinho. Há diversas nomeações para este sacramento, dentre outras: fração do pão (a primeira), ceia do senhor, banquete eucarístico, santa ceia, missa, ceia do amor.
Em S. João (cfr. Jo 6, 22-71), Jesus Cristo anuncia este grande sacramento: “Eu sou o pão da vida; vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente, e o pão que eu darei é a minha carne, para a vida do mundo” (cfr. Jo 6, 48-52). Ele disse com clareza: “Eu sou o pão vivo … o pão que eu darei é a minha carne”. E Nosso Senhor continua, cada vez mais positivo e mais claro: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. O que comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna. Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele. O que me come… viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu… O que come este pão, viverá eternamente!” (Cfr. Jo 6, 54 – 59).
Eis um trecho claríssimo, que não deixa margem à dúvida. Nosso Senhor afirma categoricamente: “minha carne é verdadeiramente comida”. É impossível negar algo tão claro: a carne de Cristo, dada aos homens para remissão dos pecados, é para ser comida; e quem comer desta carne “viverá eternamente”. Cristo afirma, repete, reafirma, e explica que o pão que ele vai dar é o “seu próprio corpo” que seu corpo é uma “comida” e que seu sangue é uma “bebida”.
A Eucaristia foi preparada desde o Antigo Testamento. Jesus preparou seus discípulos à última ceia com o sinal em Canaã, o milagre da multiplicação dos pães e com o discurso sobre o pão da vida.
- Jerusalém e o mistério pascal: fundamentação teológica
Quatro são as narrativas bíblicas sobre a instituição da Eucaristia por Jesus Cristo, a saber: Mt 26, 17-29 e Mc 14, 12-25 (tradição da Igreja de Jerusalém); Lc 22, 7-23 e a mais antiga 1 Cor 11, 23-26 (tradição da Igreja helênica).
Fundamentação bíblica: Lc 22,7-23
Jerusalém é o lugar da aliança, da aliança de presença e fidelidade do Senhor. O dia escolhido para a instituição da Eucaristia é a véspera da morte do Messias, ao início da celebração da páscoa judaica, numa ceia preparada com solenidade (Lc 22, 12), impacientemente desejada (Lc 22, 15). A Eucaristia corresponde a um profundo desejo do Senhor, que resplandece numa imensa felicidade. Na instituição da Eucaristia, Jesus antecipa o mistério da cruz e a sua ressurreição.
Eis o que se passa: ” Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. ” (Lc 22, 19). “Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. ” (Mt 26, 27-28). O texto grego é mais forte: “Isto é o meu corpo, meu próprio corpo, o mesmo que é dado por vós – Isto é meu sangue, meu próprio sangue da nova aliança, o sangue derramado por vós em remissão dos pecados”. E no texto siríaco, tão antigo como o grego, feito no tempo dos Apóstolos, diz-se: O que se nos dá “é o próprio corpo de Jesus, seu próprio sangue”.
Entendemos a Eucaristia como memorial, sacrifício, comunhão e presença, em sua celebração e no processo de iniciação cristã. Memória da páscoa do Senhor, sacrifício da nova aliança na qual comungamos de um mesmo Senhor. Na Eucaristia culmina toda a ação pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, e todo o culto pelo qual os homens, por meio de Cristo, no Espírito Santo, prestam adoração ao Pai.
Sobre o lugar da Eucaristia no processo de iniciação o texto-base convocam as DGAE, 85: “É necessário desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao “encontro pessoal com Jesus Cristo”, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela liturgia, na experiência comunitária e no compromisso apostólico, mediante um permanente serviço ao próximo”.
- Emaús: “Eles o reconheceram na fração do pão” (lema do Congresso): Fundamentação bíblica
À comunidade que se pergunta sobre como reencontrar o Senhor Jesus, Lucas narra o episódio dos discípulos de Emaús. Todos aqueles que buscam o Senhor de coração sincero e apaixonado, abrindo-se ao alimento de sua Palavra e do Pão, perceberão sua voz e presença.
Fundamentação bíblica: Lc 24, 13-35
Os dois discípulos que iam de Jerusalém a Emaús, percurso de 12 km, estavam tão pensativos que não perceberam o forasteiro que se aproximou e continuaram sua conversação sobre os fatos passados. O forasteiro, tomando a iniciativa, pergunta sobre o que discutiam e se revela aos poucos. Eles não conseguem reconhecê-Lo na conversa inicial. É preciso avançar na caminhada e receber nova luz, nova compreensão dos fatos. Acontece conosco, o Senhor nos visita e ficamos presos à nossa maneira antiga de pensar. Muitas vezes, Deus se aproxima de nós e não O percebemos, porque estamos por demais preocupados com nossos afazeres, centrados em nós mesmos, distraídos com um monte de coisas, reclamando e chorando sobre nossa falta de sorte, ou em busca de um “deus” segundo nossa imaginação e desejo, em vez de buscar o Deus verdadeiro e ouvi-Lo.
Ao ser questionado, Cleófas, faz um relato resumido dos “fatos” (cfr. Lc 19-20), mencionando obras e palavras de Jesus. Deus se revela por sinais (gestos) e palavras, realizando e comunicando seu desígnio de salvação. Nem sempre O acolhemos, ou interpretamos com lucidez. Após tê-los escutado, Jesus os repreende por sua falta de fé, chamando-os de insensatos e lentos de coração. Jesus merece fé, confiança em sua Palavra, em seu infinito amor, em sua eterna fidelidade. Apesar da insistência de Jesus (cfr. Lc 9,44s; 18,31-34) de passar pela paixão para alcançar a redenção, o sentido daquelas palavras era-lhes encoberto e continuará assim até encontrarem a luz necessária na palavra dos “profetas”. O significado dos acontecimentos da vida de Jesus está na interpretação das Sagradas Escrituras, na interação das duas alianças brilha todo o resplendor da divina revelação.
Abertas as Escrituras, Jesus é convidado a permanecer e adentrar à sua casa. Uma vez à mesa, toma o pão, abençoa-o, parte-o e lhes distribui. Então seus olhos se abriram, eles reconheceram o Senhor Jesus e anunciá-lo-ão aos irmãos. Chegamos ao auge da mensagem: Jesus se revela por gestos e palavras, na Eucaristia e na Escritura e que reconduzem à comunidade. Não são as feições físicas que lhes permitiu reconhecer Jesus ressuscitado como o mesmo que fora crucificado, mas o gesto distintivo de sua existência: a fração do pão, vida de Jesus compartilhada. A fração do pão é para nós: memória, presença e anúncio. O Senhor permanece em nossa casa, O reconhecemos e entramos em comunhão com Ele na fração do pão celebrada à mesa comum. Foi no Pão que Jesus nos deixou a maior expressão de sua presença.
Jesus se faz presente, como desconhecido, nos caminhos da vida, em encontros inesperados, nos acontecimentos quotidianos, que precisam ser compreendidos à luz da Palavra, no olhar de Jesus.
- Belém, casa do pão: Eucaristia, fonte de comunhão e partilha na Amazônia missionária (tema do Congresso)
Da campanha da fraternidade de 2007 destacamos a frase: “Deus viu que a Amazônia era boa” em seu ambiente e como lar para muitos povos. A missão da Igreja de anunciar o Reino de Deus no meio destas populações é no sentido de enriquecer e plenificar a história, a cultura, enfim, a vida dos povos amazônicos.
Fundamentação bíblica: Os 2, 18-21
Ao criar o mundo, Deus deu a tudo o seu lugar, numa ordem dinâmica e harmônica. Os relatos da criação que não são descrição científica ou evolutiva da criação, mas uma bela liturgia que celebra o ato criador de Deus, sua providência e sua presença na história humana. No centro desta criação está a pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, como sujeito e protagonista de sua história. Jesus Cristo inaugura uma nova criação, baseada na reconciliação das criaturas com o seu Criador e entre si, rompida pelo pecado (cfr. Cl 1, 15ss). A natureza criada pelo Verbo é reconciliada com Deus pelo Filho encarnado.
A convivência de visões religiosas – católica, indígena e africana – gerou variadas expressões populares de vida religiosa entre os povos amazônicos. Esse amálgama está sintetizado nas manifestações ao Círio de Nazaré, desde o achado da imagem de N. S. de Nazaré por um caboclo chamado de Plácido, em 1700, e do Círio, iniciada em 1793, até as suas recentes manifestações. Ao longo desta história, foi configurado o rosto de um povo, o povo amazônico, com características culturais e religiosas próprias.
A Belém bíblica, terra natal do rei Davi, dista a 12 km de Jerusalém. É uma região às margens do deserto e apresenta terreno fértil apropriado para criação de ovelhas e cultivo de cereais. Daí possivelmente veio o nome Bet-Lehem: casa do pão. E foi escolhida por Deus para a Encarnação do Verbo-Filho-Palavra. Aquele que diz “eu sou o Pão da Vida”, nasceu na casa do pão e deixou-se ficar num pedaço de pão para sempre na Eucaristia, cuja celebração é a mais bela expressão da presença amorosa, celebrada todos os dias, especialmente no dia do Senhor, como memorial e realidade viva dessa presença no meio de nós.
O Espírito Santo antecede os missionários que desde quatrocentos anos atrás evangelizam e catequizam em Belém do Pará na Amazônia, pois Ele semeia os princípios de Reino. Muitos missionários percebem a beleza de viver em harmonia com a natureza criada por Deus. E os povos indígenas acolheram a mensagem e incorporam ao seu patrimônio de vida valores do Evangelho nos seus moitarás (visitas para troca de mercadoria e festas) e puchiruns (partilhas de trabalho e solidariedade).
A Amazônia precisa de proclamação de um jubileu que seja um novo de justiça e signifique a libertação da terra e das águas, o direito à cidadania das populações da região e o resgate das dívidas sociais para que haja vida e justiça para todos. Na recordação de São Francisco de Assis, “nossa irmã, a mãe terra” é nossa casa comum que devemos cuidar como “custódios” inteligentes e nobres da natureza e não como “exploradores” e “destruidores”. Recuperar o olhar de fé, de gratuidade, de beleza sobre a Amazônia nos permite crescer num estilo de vida mais austero e simples
É preciso aproximar-se das pessoas e procurar convencê-las a descobrir a beleza da fé cristã e da vida fraterna em uma comunidade, numa festa religiosa e principalmente numa celebração eucarística. Jesus Cristo, ao nos dar o Pão da vida nos impulsiona a uma vida de comunhão fraterna que nos faz olhar mais longe, pois ela será fonte de comunhão e partilha num mundo de divisão.
O CEN2016, a ser realizado em Belém – Casa do Pão, nos quatrocentos anos de início da evangelização da Amazônia e da fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, quer ser, para todas as pessoas, a festa da partilha do Pão da Vida, que é Jesus, a fim de que nasça a vida nova, nascida do altar, para o Brasil.
- Nazaré: Ele vai à frente, na Galileia: desdobramentos pastorais
Em Nazaré, Jesus viveu em família, foi criança, adolescente e jovem, aprendeu uma profissão, feito igual a nós em tudo, exceto no pecado (Hb 4,15). Ele deixou-se chamar “de Nazaré”. Ali fez a experiência de família e do trabalho, foi confrontado, incompreendido e perseguido (Lc 4,14-30) e realizou nesta região grande parte de seu ministério.
Após a ressurreição, os discípulos devem voltar àquela região.
Fundamentação bíblica: Mt 28, 10.16-20
Vamos à Galileia da missão, da vizinhança com todas as situações desafiadoras de nosso tempo, na família, com as crianças e os jovens, diante do mistério do sofrimento e no amplo campo da caridade.
6.1 Eucaristia e a família
“Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus … nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo” (Paulo VI, As lições de Nazaré).
“No dom eucarístico da caridade a família encontra o fundamento e a alma da sua comunhão e da sua missão: o Pão eucarístico faz de diversos membros da comunidade familiar um único corpo, revelação e participação na mais ampla unida da Igreja … a participação torna-se a fonte inesgotável do dinamismo missionário e apostólico da família cristã” (Familiaris Consortio, 57). A Eucaristia é a fonte de vivência harmoniosa no lar e compromisso concreto na vida cristã. Torna-se “espiritualidade familiar” para a vivência de tarefas e responsabilidades cristãs tanto na própria família, como na Igreja e fecunda de espírito missionário para atuar na sociedade.
Na Igreja Doméstica os pais são para seus filhos pela palavra e pelo exemplo os primeiros arautos do Evangelho e favorecem o despertar vocacional deles.
O Espirito Santo, infundido na celebração dos sacramentos, é a raiz e o alimento da comunhão. Contudo, a comunhão familiar exige de todos e de cada um uma pronta e generosa disponibilidade à compreensão, à tolerância, ao perdão, à reconciliação.
6.2 Eucaristia e as crianças
Na Nazaré de nossas vidas nasce a desafiadora tarefa missionária de envolver as crianças numa cultura eucarística e de comunhão. As crianças são um dom e sinal de Deus pela simplicidade que aceitam a mensagem do Evangelho, por outro lado cada vez mais contravalores penetram a consciência e a convivência das crianças.
A comunidade familiar deve desempenhar a primeira tarefa de iniciar seus filhos na fé cristã e na caminhada de Igreja. E, sobretudo, o testemunho dos pais os introduzirá na vida da comunidade cristã e à vocação para o serviço e à comunhão na comunidade.
As comunidades educam na fé as crianças. As acompanhamos na busca da intimidade com o Senhor e com a Igreja, através do cultivo do amor à Palavra, à presença na Eucaristia e ao amor pelos exemplos dos santos e do testemunho dado por muitos cristãos e cristãs. Torna-se missionária a tarefa da catequese e outras iniciativas como a Infância e Adolescência Missionária.
6.3 Eucaristia e os jovens
Os jovens são chamados a serem “sentinelas do amanhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do plano de Deus. Eles não temem o sacrifício nem a entrega da vida, mas sim uma vida sem sentido.
Ao considerar que a juventude mora no coração da Igreja, esta deve encontrar formas adequadas para anunciar o amor de Jesus Cristo a todos os jovens.
6.4 Eucaristia, fonte e ápice da caridade
A Eucaristia impele à missão e à caridade. Jesus é mestre do serviço e nos provoca a fazer o mesmo, nos gestos de comunhão e de solidariedade com a vida de todos.
Na Eucaristia, Jesus manifesta de modo radical o critério de serviço nas relações humanas: “ Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos” (cfr. Mc 9,35). O apóstolo Paulo afirma que não é lícita uma celebração da ceia em que não resplandeça a caridade testemunhada pela partilha concreta com os mais pobres (cfr. 1 Cor 11, 17-22.27-34).
A comunidade que celebra a Eucaristia faz o que Jesus fez: parte o pão, lava os pés dos irmãos, reveste-se do homem novo disposto a servir e dar sua vida em resgate de muitos. A Eucaristia é a comunhão dos filhos que recebem e praticam o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (cfr. Jo 15,12).
6.5 Eucaristia e o mistério do sofrimento
O sofrimento é uma realidade presente na vida humana, dele não é possível escapar. Deve ser assumido de forma madura, aprendendo a lidar com as dores físicas, psicológicas e espirituais:
- Doenças ou limitações físicas sem muita explicação;
- Dificuldades psicoemocionais (depressões, fobias, ansiedades e inseguranças) que nos fazem sofrer tanto;
- Situações sociais (violências e agressividades, perseguições, crises econômicas);
- Dores morais e espirituais (perda de entes queridos, rejeições, desrespeito, preconceito).
Uma primeira reação diante do sofrimento é a aversão ao sofrimento. Há outras reações não saudáveis, tais como: sentimento de culpa ou de castigo; o desespero e a dramatização. Como lidar de forma madura? Uma primeira atitude e obrigação é buscar os meios oferecidos pelas ciências humanas e pela fé para a superação da dor. Quando a superação desta é limitada ou impossível, aceitar a dor de forma madura e conviver com ela, transformando-a em oferta a Deus e à humanidade, é a estrada para dar sentido e significado ao sofrimento. Não é raro, encontrar pessoas que depois de uma dor, mostram-se mais humanas, serenas e equilibradas.
O apóstolo São Paulo ensinou a considerar os sofrimentos como participação nos sofrimentos de Cristo. Muitas vezes, considerava seus limites e fraquezas como dons de Deus que enriqueciam seu ministério e o faziam participante da redenção trazida por Cristo (cfr. 2 Cor 4,8-14; Rm 12,1; Gl 2, 19-20; 2 Cor 12,9). Vale para o mistério do sofrimento a fala do Mestre: “ Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo… (cfr. Lc 14, 27.33). Pela cruz e somente por ela se chega à luz.
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