Espaços e Laços 56
Provocação/Missão
“Pro-vocados, provocação”: “Para enviá-los a pregar” (Mc 3,14b); “E terem autoridade para expulsar os demônios” (Mc 3,15).
Do ser chamado e estar com Jesus (vocação) e viver comunitariamente (convocação), brota a missão (provocação), em seus dois desdobramentos do falar e agir, em nome do Senhor da Vida, em favor da vida. Aliás, isso bate em cheio com o Evangelho do próximo Domingo. É preciso saber o que os outros professam acerca de Jesus. Mais ainda é necessário proclamar a fé genuína e dar dela testemunho: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!” (Mt 16,16). Tal proclamação vital traz a felicidade que partilhamos com Pedro: “Feliz és tu, Simão!” (Mt 16,17).
Ao coração aberto para Deus corresponde um coração solidário com o mundo, em renovado empenho na missão, com a motivação do “Adveniat Regnum Tuum” (cf. Mt 6,10). Neste contexto é importante o duplo significado da palavra “provocação”: tanto interpelação e sinal desafiador para a sociedade, quanto o de uma vocação vivida pelos outros, em prol deles, a exemplo de Jesus que está no meio dos seus como aquele que serve (cf. Lc 22,27).
Se é verdade que o Senhor nos chama porque nos ama, não menos verdade é que ele nos envia porque em nós confia. E aqui, sem medo da resposta que a realidade nos der, queremos nos perguntar honestamente sobre a relevância e a significatividade de nossa presença e atuação na Igreja e na sociedade brasileiras. A genuína profecia de vivenciar e anunciar o que é Reino e de renunciar e denunciar o que dele é negação, saberá nos orientar para acolher os sinais desse tempo tão especial para nós.
Estamos entre aqueles que podem e sabem dispor da palavra e têm a obrigação de “expulsar demônios”, tarefa essa intransferível e inadiável na atual conjuntura mundial e realidade nacional. Evidentemente, sem negar o mal radical, temos a fazer as contas com males bem mais superáveis, pelos quais somos também responsáveis, em nossa missão.
A palavra coerente e intrépida precisa ser acompanhada e corroborada pela prática libertadora: expulsar os demônios (δαιμόνια, daimônia) das inspirações maléficas que perturbam e atrapalham a vida; vencer satanás (σατάν, satán) que faz tropeçar, desvia do caminho e torna-se adversário da vida; superar as forças dispersoras e diabólicas (διὰ + βαλλεῖν → διάβολος, diábolos) que desagregam e desunem.
“Padre Dehon é profundamente sensível ao pecado que enfraquece a Igreja, sobretudo quando cometido por almas consagradas. Conhece os males que afligem a sociedade; estudou cuidadosamente suas causas, no plano humano, pessoal e social. Mas percebe que a causa mais profunda dessa miséria humana está na recusa do amor de Cristo. Atraído por esse amor menosprezado, quer corresponder-lhe por uma união íntima com o Coração de Cristo e pela instauração do seu Reino nas almas e na sociedade” (Cst. 4).
P. Mariano,scj.
ASSUNTOS
02. Para começar…
Igreja e Congregação
03. Palavra de Padre Dehon
04. Dom Roque deixou escrito: República socialista?
05. Concílio Vaticano II: Celebramos o Mistério Pascal
06. Estado de saúde de P. Donizeti, Provincial da BRM
Província BSP e Distrito BSL
07. P. Zezinho: teologia e devoção feitas poesia e canção
08. Retiro Dehoniano em Lavras/MG
09. Ordenação sacerdotal de P. Lucas L. Matheus de Mello
10. P. Marcelo informa sobre a saúde de P. Honório
11. Dia dos Religiosos na Diocese de Santo Amaro
12. Viver a velhice com dignidade
13. Conventinho: P. Toninho mora na paróquia
14. Saberes e Sabores