Espaços e Laços 65
Organizo esta edição de E&L, a partir da casa de retiros Recanto Bethânia das Irmãs Concepcionistas em Itapecerica da Serra/SP. De 2ª feira a hoje, aqui estou em pregação de retiro para religiosos da Congregação da Ressurreição. Um dado relevante e sugestivo é que cerca de 70% dos religiosos da Região Sul Americana desta Congregação tem experiência pastoral ou acadêmica fora do país de origem.
O que me encanta é a riqueza da diversidade carismática na Igreja. Entusiasma, ainda mais, a beleza do carisma dehoniano. “Com alegria bebereis no manancial da salvação” (Is 12,3). O manancial da salvação, por certo, é o Coração de Jesus. Com a ressurreição ele é eternizado e disponibilizado e, mediante o Espírito, atuado e atualizado. A ele vamos para nos abeberar (isso é graça e dom). Dele partimos a fim de partilhar (eis nossa tarefa e missão). Toda Congregação é como que uma vertente deste manancial salvífico, enquanto cada religios(a) é dele um filete a beneficiar a Igreja e o mundo.
Há muitas tentativas (com suas intuições e tentações) para constituir-se tal “filete”. A reflexão da parábola do Pai misericordioso com seus dois filhos, em Lc 15,11-32, ofereceu-me a ideia de que ali se nos oferecem três propostas de vida. Esta parábola costuma ser tida como a “Parábola do filho pródigo”, o mais novo. Isto é acertado, mas não é o mais adequado. Na verdade ela é dirigida ao filho mais velho, bem representado nos escribas e fariseus, uma vez que “a estes Jesus contou esta parábola” (a da ovelha e da moeda, ambas perdidas), diz textualmente Lc 15,3. Também a estes Jesus disse a outra parábola (a dos filhos mais novo e mais velho, ambos perdidos), segundo Lc 15,11.
Contudo, a melhor definição para esta parábola é mesmo a de Parábola do Pai misericordioso. Por quê? Por que nem a filosofia do prazer hedonista do filho mais novo, nem a ideologia do dever estoica do filho mais velho trazem felicidade. Portanto, nenhum dos dois é ideal de vida. Ambos estão perdidos e precisam converter-se. O que é feliz e faz feliz é a teologia do amor cordial do Pai misericordioso. Aqui está uma perfeita imagem do Pai celestial e uma preciosa auto apresentação de Jesus, bem como um modelo para quem se põe na “sequela Christi”.
P. Mariano,scj.
ASSUNTOS
2. Para começar…
Igreja e Congregação
3. Palavra de Padre Dehon
Província BSP e Distrito BSL
4. Propedeutas fazem peregrinação a Aparecida
5. P. Zezinho: teologia e devoção feitas poesia e canção
6. Falecimento de irmão do P. Augusto
7. Alô, Saúde
8. Saberes e Sabores