Falecimento P. Paulo Antonio Muller
O padre Paulo Antônio Muller da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, de 68 anos, faleceu em Novo Horizonte do Norte, vítima de um infarto. Ele foi encontrado, na manhã do dia 05 de dezembro de 2024, sem vida, na casa paroquial. O velório iniciou no final da tarde na paróquia São Pedro e o bispo diocesano de Sinop, dom Canisio Klaus, celebrou missa, à noite, com cerca de 15 padres de Sinop, Lucas do Rio Verde, Juara, Tapurah e demais cidades. Centenas de pessoas estiveram na missa e velório.
Posterior à celebração no Mato Grosso, o corpo foi encaminhado para o Convento Sagrado Coração de Jesus (Conventinho) de Taubaté-SP onde também, juntamento com seus outros irmãos de Província foi celebrada mais uma missa de corpo presente. Após a celebração o corpo foi sepultado no cemitério do Conventinho. Segue na íntegra a homilia do superior provincial Padre Eli Lobato dos Santos na missa de corpo presente celebrada em Taubaté-SP.
Missa de corpo presente pelo Falecimento do Padre Paulo muller, scj
Convento SCJ em Taubate-SP, 06 de dezembro de 2024.
É A FORMA DE VIVER QUE DÁ SENTIDO À MORTE.
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SAUDAÇÕES
Caros Irmãos na fé, prezado P. Anderson… Familiares do P. Paulo…
Esta Santa Liturgia tem dupla intenção:
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Dar graças a Deus pela vida, vocação e missão do P. Paulo;
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Pedir ao mesmo Deus que lhe perdoe todos dos pecados e o liberte de qualquer laço do tentador, que o impeça de “voar” rumo ao seio da Trindade.
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TRAJETÓRIA…
Desde 1978, no Noviciado em Jaraguá do Sul, passei a convier com o então Paulo Müller. Um dos quinze gaúchos da minha turma de noviciado. Transcorremos juntos os anos da filosofia e teologia. Em dezembro de 1985, recebemos a Ordenação Sacerdotal, com uma semana de distância entre uma celebração e a outra. Depois disso, nos separamos.
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A MISSÃO NO MATO GROSSO:
Um mês depois de ordenado, P. Paulo seguiu para a nascente Missão no Mato Grosso. Ele mais um ou dois religiosos, compuseram o segundo grupo de missionários para essa missão que teve início em 1983… O Mato Grosso de quarenta anos atrás era bem diferente do que é no presente. A bem dizer, toda a sua vida sacerdotal (de quase 40 anos), P. Paulo a viveu no Distrito-BMT.
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É A VIDA QUE DÁ SENTIDO À MORTE:
Embora as leituras que acabamos de ouvir falem com insistência da ressurreição, não me parece que eu deveria me deter sobre essa verdade. Tanto porque estou presidindo uma assembleia cristã e que a estuda com profundidade. Também, porque eu penso que a ressurreição é uma exigência da justiça.
A ressurreição de Jesus foi a “resposta” do Pai à entrega total e amorosa do Filho. Muitos de nós teve a oportunidade de conviver com P. Paulo; muitos chegaram a conhecê-lo e sabem que ele era um tipo durão, às vezes não muito polido e um pouco inflamável…, mas não era apenas isso.
O jovem sacerdote com menos de 30 anos, foi vibrando para a missão e consumiu toda a sua vida, desde os seus melhores anos, ao serviço ao Povo de Deus no Mato Grosso. Abraçou a missão e ficou nela até o seu fim. Morreu como religioso e sacerdote. Ele não vai ao encontro do Pai com suas mãos vazias.
É a fidelidade até a morte, mesmo que seja uma ‘fidelidade’ imperfeita, mas até a morte. É a perseverança até o fim que dá sentido à morte e leva à ressurreição. Ouvimos isso na liturgia do último domingo (1º do Advento, c): “ficai atentos e orai a todo o tempo, a fim de terdes força… e ficardes de pé diante do Filho do Homem” (Lc21,36).
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Caros Irmãos na vocação e na missão. Caros Irmãos, que ainda estão na formação inicial: assim como é necessário pedir a Deus a graça da vocação, é necessário pedir a Ele a graça da perseverança até a morte. Todos nós devemos rezar e pedir essa graça diariamente: