Padre Leão Dehon
Sociólogo, escritor, advogado e padre. Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Sua vida foi um constante caminhar. Sonhador, lutador, teve decepções, surpresas, alegres e tristes. Aprendeu a amar a Igreja. Soube ouvir os gritos numa França cheia de desafios. Fundou jornal, revista, publicou livros, escreveu muito nos meios de Comunicação Social de então, e deixou-nos por herança: O Sagrado Coração de Jesus. Uma vida assim não cabe em poucas páginas.
Leão Dehon
Nasceu a 14 de março de 1843, em La Capelle, ao Norte do Departamento de L’Aisne, França. Seu pai: Júlio Alexandre Dehon; sua mãe: Estefânia Adele Vandelet, devota fervorosa do coração de Jesus. Tinha um irmão mais velho: Henrique.
Leão foi batizado a 24 de março do mesmo ano, véspera da festa da Anunciação. Anos depois, escreveu: “Era feliz, mais tarde, unindo a lembrança de meu batismo ao do Ecce venio de Nosso Senhor” (citado por Yves Ledure, in Petite Vie Léon Dehon, Pág. 16).
Leão Dehon frequentou a escola da cidade. Mas o ambiente não era favorável a uma boa educação. Por isso, seus pais, preocupados com o futuro do filho, o matricularam no Colégio Hazebrouck, dirigido por padres. Antes do ingresso nesse colégio, Leão fez sua primeira comunhão na cidade natal.
No Colégio Hazebrouck, encontrou na pessoa de seu diretor, Pe. Dehaene, um grande amigo que o orientou bem na luta pela conquista da virtude.
Na noite de natal de 1856, Leão sentiu forte chamado ao sacerdócio. Conversou com o pai a respeito. Recebeu um frio e peremptório “não”. Júlio sonhava um futuro brilhante e diferente para o filho. Jamais Pemitiria que ele se tornasse um sacerdote.
Em agosto de 1859, Leão terminou seus estudos secundários e, a 16 do mesmo mês, passou, com sucesso, nos exames de bacharel em letras.
De volta a Capelle, expôs novamente seu projeto ao pai. Essa insistência do filho caiu como um raio no Lar Dehon. O pai não aceitava de forma alguma a idéia ousada do filho.
Sem desistir de seu plano, Leão obedece momentaneamente a seu pai e vai para Paris. Frequenta o curso de preparação ao concurso célebre da Escola Politécnica de Paris. Simultaneamente matricula-se no primeiro ano de direito. Mais tarde, abandona a Escola Politécnica e segue normalmente o curso de direito, que lhe parecia mais de acordo com sua cultura de sensibilidade.
Em agosto de 1862, obtém a licença em direito e, dois anos mais tarde, em abril de 1864, defende a tese de doutorado em direito.
Durante o período de estudo em Paris, Leão impôs-se um ritmo de vida que favorecia sua vocação sacerdotal. Diariamente participava da missa de São Sulpicio, sua paróquia.
Nesse tempo, também, conheceu um jovem estudante e arqueologia, que se tornaria seu grande amigo: Leão Palustre. Com esse amigo, Dehon fez várias viagens: à Inglaterra (1862), à Alemanha, aos países escandinavos, à Europa central (1863). A 23 de agosto de 1864, empreendeu com ele uma longa viagem de 10 meses pelo sul da Alemanha, Suíça, Norte da Itália, Grécia, Egito, Palestina (Terra Santa), Ásia Menor, Hungria e Áustria.
No fim desta viagem, Leão parte diretamente para Roma, onde chega a 14 de junho de 1865. Estava firmemente decidido a seguir sua vocação sacerdotal. A viagem à Terra Santa confirmara o chamado do Senhor: “Vem e segue-me! Também te farei pescador de homens!”
Em Roma, mora no colégio francês, Santa Clara, matricula-se no curso de filosofia e, depois de um ano apenas, obtém o doutorado na matéria (1866). Em 1871, consegue o título de doutor em teologia e em direito canônico.
Antes, a 19 de dezembro de 1868, é ordenado sacerdote, na Basílica de São João de Latrão, na presença de seus pais, que aceitam, agora, a vocação do filho.
Padre Dehon participou, como estenógrafo, das sessões do Concílio Vaticano I.
Terminados seus estudos em Roma, recebeu sua primeira transferência. Foi uma grande decepção para ele. Com vários doutorados em sua bagagem, Padre Dehon esperava trabalhar numa universidade. E foi nomeado para ser o 7º vigário paroquial de uma pobre e problemática paróquia: São Quintino.
Apesar de tudo, assumiu sua missão com todo ardor e entusiasmo. Conhecendo as grandes necessidades daquela cidade, Padre Dehon teve várias iniciativas de grande repercussão: fundou um patronato, São José (1872); a Obra dos Círculos Católicos (1873); um jornal católico: Le conservateur de L’Aisne (1874); círculos de estudos religiosos e sociais, com a Conferência de São Vicente de Paulo (1875); promoveu encontros de estudos com os patrões, duas vezes por mês (1876); o Colégio São João (1877).
Sacerdote culto, santo e dinâmico, muito conhecido na França, Dehon estava interiormente inquieto. Não estava satisfeito. Faltava-he algo. Não tinha, porém, clareza do que era realmente. Depois de um longo discernimento, feito de oração, de diálogo com sábios sacerdotes e orientadores espirituais, Dehon toma a decisão de fundar a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Data oficial da fundação: 28 de junho de 1878, dia da primeira profissão do fundador.
Temporariamente supressa por determinação da Santa Sé (1883), a nova Congregação experimentou, depois de sua ressurreição (1884), um vertiginoso crescimento e um surpreendente impulso missionário, espalhando-se por diversos países.
Além dos trabalhos de governo e animação de sua congregação como superior geral, Padre Dehon participou dos grandes eventos de cunho social, na agitada França daquele fim de século. Sensível aos problemas sociais de então, Padre Dehon era protagonista de congressos e de assembléias, onde se discutiam as questões sociais, principalmente depois da publicação da Rerum Novarum, da qual foi um incansável divulgador e defensor. Sem dúvida, pode-se dizer que era um missionário da doutrina social da Igreja. Proferiu conferências (principalmente em Roma), escreveu artigos em jornais e revistas (Le Règne du Sacré-Coeur dans les âmes et dans les sociétés), publicou livros sobre o tema, principalmente: Manual social cristão (1897), As pontifícias diretrizes políticas e sociais (1897), Riqueza, mediocridade ou pobreza (1899), A renovação social cristã (1900).
Padre Dehon faleceu no dia 12 de agosto de 1925, aos 82 anos de idade. Seus restos mortais repousam na igreja de São Martinho, em São Quintino, França.
“Por Ele vivi, por Ele morro”, foram sua últimas palavras.
No dia 8 de abriu de 1997, o Papa João Paulo II declarou a heroicidade das virtudes de Padre Dehon. O Próximo passo será a sua beatificação para a qual a Igreja exige um milagre. A Santa Sé já aprovou a autenticidade de uma cura ocorrida em Lavras-MG, por intercessão de Padre Dehon. A beatificação do fundador significa, entre outras coisas, a confirmação do nosso carisma na Igreja.
Até 31.12.2004, a Congregação contava com cerca de 21 províncias e 9 regiões/distritos e aproximadamente 2.220 membros; dos quais 1606 padres, 3 diáconos permanentes, 397 religiosos estudantes de filosofia a teologia, 193 irmãos religiosos de votos perpétuos, 22 bispos; 96 noviços. A Congregação se encontra em 40 países, no total de 417 casas religiosas dehonianas: 52,5% na Europa; 15% na América Latina, 7,5% na América do Norte; 15% na África e 10% na Ásia.
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