MEMÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA
Conventinho de Taubaté. Os Dehonianos no Vale do Paraíba
7.5.5. Ampliação do Conventinho
O prédio do Instituto Teológico, inaugurado em 1973, em vista do aumento de estudantes, carecia de ampliação. O conselho provincial, em reunião de 5 de maio de 1975, examinou e aprovou o plano trienal de construções, na Província. Entre os projetos de construções, foi contemplada a ampliação do Escolasticado de Taubaté {cf. Circular SCJ (jul. 75), pp. 932-933}.
No ano seguinte, aos 27 de maio, a “Constróem SA.” iniciava as obras de ampliação. Essa ampliação consistia em duplicar os blocos existentes, a partir do atual refeitório da comunidade e do bloco residencial dos fratres, dando disponibilidade para 37 quartos. O trabalho de supervisão ficou a cargo do padre Lauro Rosá, então pároco de Quiririm e provisoriamente da paróquia Mãe da Igreja, da Estiva. Essa 2a parte da construção foi concluída em princípios de 1977. Com mais espaço, os estudantes de teologia das dioceses de Pouso Alegre e Campanha (MG) passaram a morar no Conventinho. Eram oito estudantes dessas dioceses que residiam na nossa casa {cf. Cr. 4. fls. 36v e 50}.
7.5.6. Construção da 3a parte do Conventinho
As obras da última ala do conjunto do novo prédio do Instituto Teológico foram iniciadas a 9 de dezembro de 1980. Para dar lugar ao novo prédio, foram derrubadas as frondosas e belíssimas mangueiras e a imponente Sapucaia. Além da derrubada dessas árvores, foram demolidas a gruta de Nossa Senhora e a cancha de bocha.
Nesse espaço físico, foi levantado o último prédio do atual Conventinho. O piso superior é constituído por 4 amplas salas de aula, a capelinha e as salas de estúdio para gravação e vídeo. O andar térreo é ocupado pela Biblioteca, secretarias e auditório para a Faculdade. Hoje essa ala é conhecida por “Prédio da Faculdade de Teologia” Depois de dez meses de trabalho, aos 30 de setembro de 1981, procedia-se ao ato de inauguração dessa obra. Às 8h30 descerrava-se a placa na entrada do auditório, homenageando dom José Antônio do Couto, na pessoa de sua irmã Elvira (Madrinha Vica). Seguiu-se a aula inaugural proferida por dom Antônio Afonso de Miranda, bispo de Taubaté, discorrendo sobre o tema da encíclica “Laborem Exercens”.
O ápice do evento concentrou-se na solene Eucaristia (às 10 horas) precedida por dom Eusébio Scheid, então bispo de São José dos Campos.
Após a celebração da santa missa foi oficiada a bênção do novo prédio, presidida por dom Antônio Afonso de Miranda.
Da solene concelebração eucarística destacamos a homilia do superior provincial, padre Murilo Krieger, que assim se expressou:
“Uma semente encerra dentro de si uma vida. Mas ela não tem história. Passará a ter história somente quando jogada na terra.
Por isso é impossível avaliarmos o gesto daquele que toma uma semente e a semeia. Só poderão avaliar tal gesto aqueles que, tempos depois, passarem pelos campos e plantações e se debruçarem sobre a planta, sobre suas flores e frutos.
Há quase sessenta anos um grupo de religiosos e padres da nossa Congregação – todos vindos da Alemanha – aqui semearam uma nova obra. Não tinham grandes projetos. Nem, muito menos, eram capazes de imaginar a força da semente que lançavam em terra. Mas a semearam na alegria de quem sabe tratar-se de boa semente. Plantaram-na na confiança e certeza de estarem emprestando seus braços e mãos Àquele que dizia ser Filho do Agricultor eterno.
Tão simples e humilde era o gesto dos semeadores que a planta surgida recebeu um delicado e simpático nome: CONVENTINHO.
Hoje a planta cresceu, vê seus frutos – inúmeros sacerdotes a serviço da Igreja do Brasil – espalhados em tantas searas. A seu nome vê acrescentado outro, carregado de responsabilidade e já de história: Instituto Teológico SCJ.
Por tudo isso será importante que este Instituto tenha sempre um olhar voltado para o passado: Só assim poderá conservar algumas de suas ricas heranças:
* o desejo único e exclusivo de servir à Igreja,
* a fidelidade ao sucessor de Pedro, o pescador apóstolo,
* a união com o bispo diocesano,
* a simplicidade na maneira de ser, de crer e de amar,
* o amor pelos pobres e mais necessitados, amor traduzido já agora em atos, pela dedicação à periferia desta cidade.
Será importante também que esse Instituto esteja sempre com os olhos voltados para o presente: ‘As alegrias e as esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem” (GS 1), deverão ser uma luz para os estudos, reflexões e orações de todos os que fazem parte deste Instituto.
Só assim seremos úteis à Igreja e fiéis ao carisma recebido do Padre Dehon. Ele nos deseja ver compartilhando das aspirações de nossos contemporâneos, ajudando-os a dar o devido valor à construção do reino de Deus e da sua justiça (cf. Cst. 38).
Será necessário que esse Instituto Teológico tenha um olhar voltado para o futuro. Não apenas para o final dos tempos, quando Cristo deverá ser tudo em todos, mas também para o futuro que, quem sabe?, será um dia o nosso presente na cidade dos homens:
* Será impossível imaginar cada olhar que estará voltado para nós, ou cada mão que se estenderá em nossa direção num gesto de súplica;
* Não conseguiremos imaginar cada irmão que o Senhor colocará em nosso caminho, nem as comunidades que nos estarão confiadas;
* Poderíamos, quanto muito, tentar imaginar as cidades que nos esperam e os postos que poderemos ocupar. Mas sabemos bem que os nossos caminhos e projetos nem sempre são os de Deus. Aliás, geralmente não o são.
Por isso, o que se espera desse Instituto Teológico, acima de tudo, é que dê a todos uma especial possibilidade de fazer uma profunda experiência de Deus. Afinal, qualquer que seja a pessoa que encontrarmos ou a missão que nos caberá executar, deveremos levar e doar Aquele que é a razão de ser de nossa vida e de nossa esperança: Deus. Conhecendo-O e amando-O, estaremos no coração do Evangelho, no coração da Igreja, no Coração de Jesus.
É o que a direção da Província Brasileira Meridional espera deste Instituto, no dia em que é inaugurada importante ala de sua construção. Por isso também o confiamos, no dia de hoje, às carinhosas mãos de Maria, Mãe de Igreja, Mãe dos sacerdotes, Mãe do Cristo Jesus” {Circular SCJ (out. 1981), pp. 51-52; Cr 5. fl. 91}.
Pe. José Francisco Schmitt, scj.