Memórias da nossa História
Conventinho de Taubaté. Os Dehonianos no Vale do Paraíba
7.7. Os reitores do Conventinho
Em nossas casas de formação, os reitores, na verdade, exercem a função de superior
local, o serviço de autoridade. Essa função é exercida mediante o diálogo, verdadeiro e fraterno,em vista do bem comum e na busca da vontade de Deus. Equivale a dizer que o específico e inalienável dever do superior é buscar e discernir a vontade de Deus a respeito de seus súditos e que estes o aceitem em obediência. O específico desse exercício da autoridade, como serviço, provém de Cristo e se exerce para Cristo e em Cristo sendo, portanto, intérprete responsável e fiel daquilo que Deus quer num determinado momento e determinadas circunstâncias {cf. Padre Pedro Arrupe, sj, “A figura do Superior Religioso Atual”, in: Convergência, nº 56 (1973), p. 177;Cst. 109}.
Em certos momentos, essa busca da vontade de Deus e seu cumprimento não é tarefa
fácil. Pode até chegar a gerar tensões entre os membros da comunidade. Não obstante essas tensões humanas é sempre possível seguir o Mestre e viver uma vida comunitária e religiosa conforme os valores do Evangelho. É justamente nesta dinâmica da vida comunitária que brotam as atitudes proféticas no empenho da missão, no constante confronto entre a vida e o Evangelho, entre a instituição e o carisma.
A função primária do superior, juntamente com os membros que lhe são confiados, é de constituir “uma comunidade fraterna em Cristo, na qual se busque e se ame a Deus antes de tudo” (cân. 619). Disto decorre também o dever primário de animar a vida espiritual, comunitária e apostólica da comunidade {cf. “Congregavit nos in unum Christi amor”, nº 50}.
A visão e ministério eclesiais dos superiores em nossas casas exerceram múltiplas
influências na formação dos religiosos e dos futuros presbíteros, na abertura para a realidade eclesial, pastoral e social.
Este desafio torna-se mais inquietante para um reitor ou superior, com sua equipe
formadora, num mundo de rápidas transformações que exige de toda a Igreja mudanças qualificativas e respostas pastorais novas.
Nessa perspectiva, como preito de gratidão e de admiração, queremos elencar os
superiores locais (reitores) que coordenaram a comunidade do Conventinho ao longo dos 73 anos de sua existência: 1. Padre Guilherme Thoneick, 1920 – 1925; 2. Padre João Cristóvão Fischer, 1925-1928 {Não há nenhuma documentação sobre o 2º reitor da casa de Taubaté.
Há, porém, fortes indícios pelas correspondências que o padre Fischer mantinha com o superior geral, padre Philippe, que pudesse ter sido interinamente o próprio padre Fischer}; 3. Padre Pedro Storms, 1928 – 1936 {Nas “notae” da ficha pessoal de padre Pedro Storms (no Arquivo Provincial) constam as seguintes importantes observações após o seu mandato de provincial na Alemanha (1918 -1921), lugares onde ele exerceu cargos: Rio de Janeiro; Cunha; Formiga; Varginha; SUPERIOR EM TAUBATÉ; Superior regional. De fato, ele foi superior regional, residente no Convento SCJ de Taubaté de 25.1.1928 a 1934. Há grande probabilidade que durante esses anos, ele tenha acumulado o cargo de superior local (reitor) com os mandatos de superior regional e provincial. Durante todos esses anos, padre Storms residia no Conventinho}; 4. Padre Fernando Baumhoff, 8.2.1936 – 1942 (dois triênios); 5. Padre Geraldo Claassen, 1.3.1942 – 1944 (um triênio); 6. Padre Pedro Storms, 1945 (interino) {Padre Claassen por motivos de saúde pede renúncia de seu mandato de superior local de Taubaté. Padre Pedro Storms assume o reitorado de 15.7.1944 a 15.7.1945 (cf. Cr. 1. fls. 8v e 11)}; 7. Padre Cirilo May, 15.7.1945 – 1947 (um triênio); 8. Padre Teodoro Becker, 1.1.1948 – 1953 (dois triênios); 9. Padre Francisco Demann, 1.1.1954 – 19.9.1955; 10. Padre Emílio Mallmann, 19.9.1955 – 30.10.1955 (interino) {cf. Cr. 1. fls. 63v e 64v.}; 11. Padre Roque José Schmitt, 30.10.1955 – 1958 (um triênio); 12. Padre Valério Cardoso, 31.12.1958 – 1964 (dois triênios); 13. Padre José Antônio do Couto, 1.1.1965 – 1967 (um triênio); 14. Padre Valério Cardoso, 1.1.1968 – 1973 (dois triênios); 15. Padre Murilo S. R. Krieger, 1974 – 1979 (dois triênios); 16. Padre Eusébio Oscar Scheid, 1980 – 18.2.1981; 17. Padre Silvino Vicente Kunz, 25.4.1981 – 25.3.1985; 18. Padre Celson Altenhofen, 12.4.1985 – 31.12.1990 dois triênios); 19. Padre Paulo Hülse, 1.1.1991
– 1996 (dois triênios) {Esses nomes foram levantados a partir dos Livros das Crônicas da casa de Taubaté, Circulares e O Conventinho (abril 1978), p. 29}; 20. Padre José Francisco Schmitt – 1.1.1997 (início do 2º triênio).
7.8. Os professores do Conventinho
A formação dos candidatos ao sacerdócio pertence à pastoral vocacional da Igreja.
Por isso, a Igreja, enquanto tal, o sujeito comunitário “que tem a graça e a responsabilidade de acompanhar todos aqueles que o Senhor chama a ser seus ministros no sacerdócio” {cf. Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores Dabo Vobis, nº 65}.
O processo de formação presbiteral exige a articulação do empenho e da participação
de diversos formadores em suas áreas ou funções específicas. Todos eles exercem uma verdadeira pastoral de Igreja. Esse ministério pastoral da formação é feito em nome da Igreja, com o constante testemunho da fé e em plena comunhão com a Igreja. O desempenho desse ministério exige a acolhida do Espírito de Jesus que ilumina e dá força no discernimento do caminho vocacional. Não existe uma autêntica obra formativa para o sacerdócio sem o influxo do Espírito de Cristo {cf. Ib., nº 65}.
Entre os formadores dos candidatos ao sacerdócio estão os professores de teologia. O
êxito formativo dos professores de teologia advém do fato de eles serem, antes de tudo, “homens de fé e cheios de amor pela Igreja, convencidos de que o sujeito adequado do conhecimento do mistério cristão continua a ser a Igreja enquanto tal, persuadindo-se, portanto, de que a sua tarefa de ensinar é um autêntico ministério eclesial, serem ricos de sentido pastoral para discernir não só os conteúdos mas também as formas adequadas para o exercício deste ministério” {Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores Dabo Vobis, nº 67}. Os professores, portanto, têm a responsabilidade e a graça de ajudar os candidatos ao sacerdócio a serem homens de Deus e da Igreja.
Nesse sentido, o professor de teologia como “teólogo deve estar plenamente consciente de que no seu ensino não se afirma por si mesmo, mas deve abrir e comunicar a inteligência da fé fundamentalmente em nome do Senhor e da Igreja. Deste modo o teólogo, mesmo valendo se de todas as possibilidades científicas, desempenha a sua tarefa mandatado pela Igreja e colabora com o bispo na tarefa de ensinar” {Ib.}.
É isto que a Igreja pensa sobre o ministério pastoral do ensino de teologia nas casas de formação dos candidatos ao sacerdócio. O nosso Instituto Teológico através de seus superiores maiores fez e faz todo o empenho para estar em sintonia com a Igreja no que tange à formação dos presbíteros religiosos e diocesanos. Dentro das possibilidades humanas e recursos disponíveis, houve sempre o esforço de responder às exigências eclesiais de cada época, provendo professores de teologia para a nossa casa de formação.
Em face das exigências de cada época e da disponibilidade humana, os superiores
maiores, no decurso da história do Conventinho, provendo de professores de teologia a nossa casa de formação, que com espírito de doação, colocaram suas qualidades intelectuais a serviço da Igreja e da Congregação, pelo ensino teológico. Assim, durante os 73 anos de existência do Conventinho, exerceram o magistério teológico (de 1924 -1997) os seguintes lentes: 1. Padre Guilherme Thoneick; 2. Padre Fernando Baumhoff; 3. Padre João Cristóvão Fischer; 4. Padre Clemente Britzen; 5. Padre Pedro Hauer; 6. Padre Lourenço Foxius; 7. Padre Frederico Bangder; 8. Padre Conrado Rech; 9. Padre Francisco Nagy {nacionalidade polonesa, em 1947, com a criação da Província, voltou para sua pátria}; 10. Padre Paulo Kremer; 11. Padre Teodoro Becker; 12. Padre Tomás Gasser; 13. Padre Clemente Mengeringhausen; 14. Padre Waldemar Pedro Goedert; 15. Padre Eduardo Aloísio Knob; 16. Padre Irineu B. Decker; 17.
Padre Francisco Demann; 18. Padre Bernardo Claraval Emmendoerfer; 19. Padre Francisco José Kunitz; 20. Padre Inocêncio Pedro Warmling; 21. Padre Emílio Mallmann; 22. Padre Roque José Schmitt; 23. Padre Adelino Effting; 24. Padre Ivo Nicolau Scheid; 25. Padre João Heidemann; 26. Padre Osnildo Carlos Klann; 27. Padre José Antônio do Couto; 28. Padre Eusébio Oscar Scheid; 29. Padre Renatus Boeing; 30. Padre José Knob; 31. Padre Darci Dutra; 32. Padre Elemar Scheid; 33. Padre José Stolfi; 34. Padre Lucas Pereira; 35. Padre Armindo Antônio Kunz; 36. Padre Murilo
S. R. Krieger; 37. Padre Carmo João Rhoden; 38. Padre Silvino Vicente Kunz; 39. Padre Lucas Inácio Scheid; 40. Padre José Fernandes de Oliveira; 41. Padre Celson Altenhofen; 42. Padre Pedro Brentano; 43. Padre Claudionor José Schmitt; 44. Padre José Francisco Schmitt; 45. Padre Moacir Francisco Pedrini; 46. Padre Paulo Hülse; 47. Padre Luís Carlos da Silva; 48. Padre Elígio Stülp; 49. Padre Sergio Francisco Valle; 50. Padre Sebastião Pitz; 51. Padre Léo Heck; 52. Padre Mariano Weizenmann; 53. Padre Alceu Kuhnen; 54. Padre João Carlos Almeida.
Além desses, tivemos diversos professores do clero diocesano e mesmo de outros institutos religiosos. Durante os dois anos (1949 e 1950) lecionaram Filosofia no Conventinho os padres professores Roberto Bramsiep, Frederico Winkelmann e Inácio Burrichter.
Pe. José Francisco Schmitt, scj.