O mês inteiro é do SCJ
Para nós dehonianos, a celebração da festa do Sagrado Coração é o ato pelo qual reconhecemos aquilo que o Coração de Jesus fez por nós, e continua a fazer cada dia, para cada qual de nós, seja como religiosos em particular, seja como conjunto da Congregação, bem como na Igreja inteira. O amor de Deus é um dom perpétuo, é a graça fundamental do nosso ser enquanto filhos e filhas de Deus.
Gostaria de aproveitar dessa ocasião para unir-me a Papa Francisco, depois da sua última exortação apostólica intitulada “Gaudete et exsultate”, e com o subtítulo “sobre a chamada à santidade no mundo contemporâneo”, para nos endereçar a todos uma provocação nesta festa do Coração de Jesus, para recordar que somos sempre chamados à santidade, mas também para reconhecer de que aquele tesouro de que falava o nosso caro Fundador, Padre Dehon, é indubiamente a nossa fonte inexaurível de santidade.
O Coração de Jesus é, antes de tudo, a nossa fonte contínua de santificação e saúde espiritual. O Coração de Jesus é a fonte de toda a santidade da Igreja. E nós somos particularmente chamados a entrar cada dia nesta graça, em nossa oblação, na celebração da Eucaristia, na adoração, bem como na missão e em todas as nossas atividades que favorecem nossa santificação. Podemos dizer que também na atividade de estudo devemos encontrar a santidade.
É como diz a Exortação, num número que me parece muito dehoniano: “A santificação é sobretudo um caminho comunitário, a ser feito de dois em dois. A comunidade é chamada a criar aquele espaço teologal no qual se pode experimentar a presença mística do Senhor ressuscitado. Partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e nos transforma, aos poucos, em comunidade santa e missionária”.
Creio que neste ano, um tanto jubilar para nós, pelos 140 anos de fundação da Congregação e 175 do nascimento de Padre Dehon, sela uma bela ocasião para mostrar-nos assim como somos, homens imperfeitos diante daquele que transpassaram. Um ano para exercitar a humildade que outra coisa não é que a capacidade de entrar em nós, de falar cara a cara com nossas misérias, com a nossa terra, com aquilo que somos. Esta capacidade que nos permite descobrir que somos humus: terra frágil, terra trabalhável, que somos humanos. Trata-se de fazer uma viagem interior, guiados pelo Espírito de Deus, que nos ajuda a compreender que também os outros, os meus irmãos, tem suas fraquezas. Eis porque a humildade nos torna tolerantes, compreensivos, misericordiosos, em relação a tudo que é humano, porque o outro é semelhante a mim.
Em meio a esta experiência humana importa descobrir que ali, no mais profundo de mim mesmo, posso experimentar: a plenitude de Deus (Ef 3,19), o seu imenso amor, a força da santidade.
P. Carlos Enrique Caamaño Martín SCJ, Superior Geral (http://www. dehon.it/it/index.php?option=com_k2&view=item&id=2352:la-festa-del-sacro-cuore&Itemid=77). Trad. E&L.