POR CAUSA DE UM CERTO REINO
Dehonianos encarcerados na Bielorrússia
“É muito difícil dizer em poucas palavras o que experimentamos…Estávamos com o nosso povo, com as pessoas, assim como o nosso fundador, P. Dehon, esteve próximo ao povo durante a sua vida. Experimentamos a injustiça, provamos o medo, entretanto nos sentíamos profundamente unidos em Deus”…
Este é o breve testemunho de um dos dois confrades dehonianos que foram vítimas da repressão ainda em curso na Bielorrússia. Por razões de segurança, seus nomes permanecem anônimos. Detidos na prisão junto a muitos outros, eles foram libertados após uma semana. Eles ainda não superaram o trauma e o choque psicológico, mas continuam a dar testemunho ao lado do povo.
Os dehonianos na Bielorrússia estão engajados no trabalho social, realizando o ministério paroquial e neste momento se solidarizam com as vítimas, rezando por elas. Eles nos contam: “Uma grande mudança aconteceu e está acontecendo no coração e na mente do povo bielorrusso.
O povo está unido contra a ditadura. Estão ocorrendo perseguições, mas unidos a todas as igrejas cristãs, aos nossos irmãos e irmãs judeus e muçulmanos, estamos procurando uma maneira diferente de vencer violência e proteger os direitos do povo”.
O que está acontecendo na Bielorrússia?
A Bielorrússia está passando por um dos momentos mais críticos de sua recente história social e política. Uma série de manifestações e protestos populares ainda estão ocorrendo contra o governo bielorrusso. O presidente Aljaksandr Lukašėnka, descrito como “o último dos ditadores” na Europa desde 20 de julho de 1994, foi reeleito para o sexto mandato consecutivo durante as eleições presidenciais de 9 de agosto de 2020.
Ele é acusado de fraude eleitoral, corrupção, recusa em tomar medidas de segurança contra a pandemia da COVID-19, repressão da oposição e censura à imprensa.
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para exigir justiça e novas eleições. As Nações Unidas estão acompanhando com preocupação o desenrolar do caso, a União Europeia condenou a violência policial após as eleições e declarou que “não aceita os resultados das eleições”. Pelo contrário, outras potências mundiais, como a Federação Russa e a China, parabenizaram Lukašėnka logo após as eleições.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos condenou a repressão, a prisão e a tortura ocorrida após os protestos populares.
Um forte apelo
Durante o Angelus de 16 de agosto, o Papa Francisco fez um forte apelo ao diálogo contra a violência: “Acompanho de perto a situação pós-eleitoral neste país e apelo ao diálogo, à rejeição da violência e ao respeito à justiça e ao direito”. Nossos confrades dehonianos também fazem um forte apelo à Congregação: “Pedimos à Congregação a oração e o jejum pela Bielorrússia. Esperamos que tal apelo não passe despercebido.
P. Sergio Rotasperti SCJ (https://www.dehoniani.org/).