Processo de eleição do novo Governo Geral
O processo de eleição na Congregação
A escolha do novo Governo Geral está no coração do tempo dedicado ao Capítulo Geral. Após avaliar os trabalhos realizados nos últimos seis anos e antes de projetar o tempo que virá, a assembleia dedicou alguns dias para escolher aqueles que exercerão o serviço da autoridade maior na função de Superior Geral e Conselheiros. A eleição, neste caso, não consiste em uma disputa eleitoral com partidos e interesses a defender ou representar. É, antes, um discernimento espiritual feito na oração, reflexão e partilha fraterna. Sobre esta dinâmica Pe. Ornelas fez quatro observações antes de iniciar o processo eleitoral. Para escolher aqueles que são da vontade de Deus para este serviço é necessário: 1) Liberdade de coração: isto inclui estarmos livres de condicionamentos culturais, pré-julgamentos, tribalismos, desejos de carreira pessoal, manobras de conquista de poder e outros; 2) Inteligência e humildade: a boa escolha passa pela reflexão lúcida e serena; 3) Partilha fraterna: é fecundo ouvir a voz dos irmãos sobre a melhor escolha; 4) Pureza de coração: busca permanente da verdade incluindo a capacidade de desapegar-se de seu ponto de vista pessoal.
Após isso, a assembleia iniciou o processo em reunião por grupos continentais onde se indicou o número ideal de conselheiros, delineou o perfil do novo superior geral e sugeriu possíveis nomes. Em uma primeira sessão deliberativa o plenário decidiu pelo número de cinco conselheiros. O processo todo até o final intercalou reflexão pessoal, partilha fraterna, reunião de grupos, oração e plenários. A primeira semana terminou com uma sondagem na qual cada um pode indicar dois nomes para superior geral e cinco para conselheiros. O final de semana foi livre para o diálogo espontâneo.
Logo no início da segunda semana realizamos uma segunda sondagem para superior geral. Em seguida dedicamos um longo tempo para a oração. Às 11h do dia 25 de maio, segunda-feira, o plenário se reuniu para a eleição que resultou no nome de Heinrich Wilmer, logo no primeiro escrutínio, com 66 dos 78 votantes. O atual superior geral, Pe. Ornelas, pergunta ao eleito se aceita e este agradece a todos a confiança e pronuncia, emocionado, o seu Fiat. Todos os capitulares têm a oportunidade de abraçar e saudar o novo superior geral eleito enquanto a assembleia canta um refrão do Magnificat. Esta dinâmica se repetiria dali para frente na votação e eleição de cada conselheiro geral. Tudo começou com uma nova sondagem onde cada um pode colocar cinco nomes. A eleição seguiu o seu processo normal de escrutínios, mas é curioso notar que os cinco eleitos foram exatamente os cinco primeiros nomes da sondagem feita: Léopold Mfouakouet (África), Paulus Sugino (Asia), Artur Saneki (Europa), Carlos Enrique Caamaño Martín (América Latina), Stephen Huffstetter (América do Norte). Este critério de escolha por áreas continentais não é oficial mas apareceu como consenso nos trabalhos de grupo. O clima durante toda a eleição foi de emoção responsável, orante e consciente. O processo de discernimento eletivo funciona. Em uma conversa de corredor um confrade me dizia: “E não é que o Espírito Santo age mesmo?!” È vero!
Pe. João Carlos Almeida, scj
Delegado Capitular da BSP.