SABERES E SABORES: CULTIVAR NA ESPERANÇA E NO DESPRENDIMENTO
“Quando se acabam as forças, Deus renova”
Havia um homem que cultivava a terra, a plantar um trigal. Trabalhava do amanhecer ao por do sol. Então, juntava-se à família para o aconchego da esposa e filhos. Houvesse sol, chuva, vento, frio ou calor, lá estava ele.
Aquilo interessou um viajante que ali transitava com regularidade. Certo dia, perguntou:
– “Bom homem, estás velho e cansado. Por que não descansas dessa lida tão rude”?
– “Não posso, amo a terra e meu trabalho. Por estar velho devo apressar-me. Tenho pouco tempo e muito a fazer”.
O viajante olhou o imenso trigal balançando ao vento e comentou:
– “A terra recompensa o teu amor. O trigal está maravilhoso. Será produtiva a colheita”.
– “Apenas planto. Minha mulher e meus filhos é que colherão”.
O viajante ausentou-se por vários meses. Retornando, encontrou o homem no trigal, numa tarde fria, sem sol. O viajante se aproximou e viu-o cansado, envelhecido e triste. Vestia-se de luto.
– “Perdeste algum querido?”
– “Perdi toda a minha família. Em poucas semanas, se foram, devorados por febre maligna. Fiquei só”.
O viajante comoveu-se:
– “Por que continuas nesta tarefa cansativa? Já não tens mais quem colha os frutos”.
– “Ah, senhor isto não me preocupa. Prosseguirei plantando. Quem necessita, virá colher o trigo farto. E são tantos os que tem necessidades”.
Surpreso pelo desprendimento do camponês, o viajante concluiu:
– “Tens razão, bom homem. Oxalá fossem muitos como tu, a plantar sem esperar a colheita”.
Cf. http://www.uph.org.br/arquivo/historias_eificantes /historiaedificante_02.htm