SABERES E SABORES DE DOUTA IGNORÂNCIA
O Elefante e o Rato
Um elefante gozava as delícias de um banho, num poço fresquinho da sua floresta, quando um rato chegou e exigiu que o elefante saísse.
“Não saio, não”, disse o elefante. “Não me perturbe enquanto me divirto!”
“Pois insisto em que saias”, disse o rato.
“Sair por quê?” perguntou o elefante.
“Somente te direi quando saíres e deixares o poço”, disse o rato.
“Pois eu não saio”, disse então o elefante.
Mas, de fato saiu, pesadamente, do seu poço, postou-se ante o ratinho e perguntou:
“Mas por que desejavas que eu saísse?”
“Só queria saber, disse o ratinho, se estás usando o meu calção de banho.”
Pois é mais fácil entrar um elefante dentro do calçãozinho de um rato, do que Deus caber nas noções eruditas que dEle temos.
Anthony de Mello, O Canto do Pássaro (https://books.google.com.br).