SABERES E SABORES: O TAPETINHO VERMELHO
Dona Anastácia era uma mulher que morava numa humilde casinha de madeira, com a sua neta muito doente. Ela não tinha dinheiro sequer para levar a menina a um médico e via que, apesar de seus muitos cuidados e remédios com ervas, a pobre criança piorava e piorava a cada dia. Dona Anastácia então resolveu iniciar a caminhada de duas horas até a cidade próxima em busca de ajuda.
Quando chegou ao único hospital público da região foi aconselhada a voltar para casa e trazer a neta, para que ela fosse examinada. Enquanto voltava, desesperada, passou em frente a uma igreja e como tinha muita fé em Deus, apesar de nunca ter entrado numa igreja, resolveu pedir ajuda.
Ao entrar, lá estavam algumas senhoras ajoelhadas no chão, em oração. As senhoras foram recebendo uma a uma a visitante e, após saberem de sua neta, convidaram Dona Anastácia para se ajoelhar e rezar pela criança. Após quase uma hora de fervorosas orações e pedidos de intercessão ao Pai, as senhoras já iam se levantando, quando a mulher lhes disse:
– “Eu também gostaria de fazer uma oração…”
Vendo que se tratava de uma mulher de pouca cultura, as senhoras retrucaram:
– “Ah, não é necessário. Olha Com nossas orações, com certeza sua neta irá melhorar”.
Ainda assim a senhora insistiu:
– “Não, eu quero tentar rezar também”.
E enquanto as mulheres observavam, Dona Anastácia começou sua oração.
– “Deus, sou eu, Dona Anastácia. Olha, a minha neta está muito doente. Deus, assim eu gostaria que fosses lá em casa cura-la. Por favor, Deus, pega numa caneta que eu vou dizer onde fica”.
As senhoras estranharam, mas continuaram a ouvir.
– “Já tem a caneta aí, Deus? Vá seguindo o caminho daqui de volta pela estrada e quando passar o rio com a ponte, entra na segunda estradinha de barro. Não vai errar tá”.
Nesta altura as senhoras esforçavam-se para não desatar a rir. Mas Dona Anastácia continuou.
– “Seguindo mais uns 20 minutinhos tem uma vendinha, entra na rua depois da mangueira, que o meu barraquinho é o último da rua. Pode ir entrando que não tem cachorro”.
As senhoras começaram a indignar-se com a situação.
– “Olha Deus, a porta está trancada, mas a chave fica debaixo do tapetinho vermelho, na entrada. O Senhor pega a chave, entra e cura a minha netinha”.
Mas olha só, Deus, por favor! Não se esqueça de colocar a chave de novo por baixo do tapetinho vermelho, senão eu não consigo entrar quando chegar a casa… Obrigada!”…
Nesta altura as senhoras interromperam aquela ultrajante situação dizendo que não era assim que se deveria rezar, mas que ela poderia ir pra casa sossegada pois elas eram pessoas de muita fé e Deus, com certeza, iria ouvir as suas preces e curar a menina.
A mulher foi para casa um pouco desconsolada, mas ao entrar na sua casinha sua neta veio correndo para recebê-la.
– “Minha neta, você está de pé, como é possível? Você não podia nem andar, meu amor… Como é possível?!”…
E a menina explicou. Com os olhinhos brilhando, susssurou…
– “Vovó, eu ouvi um barulho na porta e pensei que era a senhora voltando, vovó… E, de repente, entrou um homem muito alto com um vestido branco no meu quarto e mandou-me levantar, não sei como… Vovó , eu simplesmente me levantei”.
E quase em pranto, a menina continuou.
– “Depois ele sorriu, beijou minha testa e disse que tinha que se ir embora. Mas, vovó, ele deixou um recado… Pediu que eu avisasse a senhora que ele ia deixar a chave debaixo do tapetinho vermelho”…
Esta é mais uma prova que tudo pode ser mudado pela força da oração. “A oração é uma “alavanca que move o mundo””(Santa Terezinha). De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração as salvou. Quem reza se salva. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor a Deus e ao próximo.
Autor desconhecido (http://www.vozesdapaz.com.br/mensagens /2016/08/o-tapetinho-vermelho-2/).