SUPERIOR GERAL NO CONVENTINHO
Nossas atividades em Taubaté iniciaram no último dia 04. O combinado, já no ano anterior, era que todos os fratres e padres retornassem para casa (Conventinho) no dia 03 de fevereiro para que pudéssemos nos realocar em nossos quartos, após quase dois meses de atividades constantes em nossas respectivas Províncias.
Nas andanças e cumprimentos, nas adaptações e reconhecimentos uma figura se destacava em nossa casa. Sua altura chamava a atenção, seu sorriso era transparente e a fala… o famoso “portunhol”. Aqui estava o nosso Superior Geral, P. Carlos Luis Suarez Codorniú. Um no meio de nós. Quando entrei na Congregação sempre ouvi falar de um “tal” de padre Geral, onde carinhosamente brincávamos chamando-o de “padre Geraldo”.
P. Carlos esteve conosco em todos os momentos nas duas semanas que passou em nossa casa. Fez questão de participar das missas em série, das nossas reuniões, sentava conosco na hora das refeições, do esporte etc… Toda essa simplicidade se tornaria o reflexo da conversa canônica que o Superior Geral teve com cada um dos religiosos aqui do Conventinho. Isso mesmo, só aqui foram 56 conversas.
Não sei o teor de cada momento particular vivenciado, mas depois, quando nos encontrávamos o comentário geralmente era, “que pessoa maravilhosa”, “que cara simples”, “ele é muito gente boa”. É, foi mais ou menos isso… dessa maneira. Não sei os outros, mas depois de nove anos na Congregação tive a oportunidade de conhecer pessoalmente e conversar com o Padre Superior Geral, o que antes era longe, incógnito… agora era simplesmente um no meio de nós. Acessível, simpático e humilde, como um pai deve olhar e se relacionar com seus filhos. Acredito que não seja demais chamá-lo de Pai. Afinal, ele ocupa o cargo daquele que foi o nosso Pai fundador, Padre Leão João Dehon.
Para finalizar este momento, a máxima dehoniana que mais chama a minha atenção no tempo vivido é o Sint Unum, isto é, remete-nos para a unidade, comunhão… desafia-nos a caminhar com o mesmo ideal, buscando agir em prol dos projetos provinciais e congregacionais, falarmos a mesma língua (por mais que a nacionalidade seja distinta), entrarmos de fato neste mistério do “ser um”. Afinal, rezamos e nos entregamos todos os dias quando, na oração da manhã, ajoelhados oferecemos a nossa vida “Nada procuramos, nada pedimos e nada desejamos senão a glória do Pai e sua santa vontade, para consolar-vos e oferecer-vos a nossa reparação” (Ato de Oblação, página 557 do Dehonianos em Oração).
Despedimo-nos do nosso querido P. Carlos, o Superior Geral de nossa Congregação, rogando para que nossos patronos intercedam em favor de sua vida e em prol dos projetos e o futuro dos Religiosos do Sagrado Coração de Jesus, porque conforme escreveu Padre Dehon, queremos apenas fazer a vontade de nosso mestre e amigo Jesus Cristo.
Nossa gratidão por ser um no meio de nós!
Fr. Tiago Araujo SCJ, religioso da BRM (5º semestre de Teologia).